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Ucrânia sobe taxa de juro para o valor mais alto do mundo

O banco central ucraniano decidiu aumentar a taxa de juro de referência do país de 19,5% para 30%, o valor mais elevado entre todos os países seguidos pela Bloomberg.

Reuters
03 de Março de 2015 às 19:58
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Nenhum país do mundo tem juros tão altos como a Ucrânia. A partir de terça-feira, 3 de Março, os bancos ucranianos passam a pagar 30% para se financiarem junto do seu banco central. Kiev continua a tomar medidas drásticas para travar a queda livre da sua moeda.


O Banco Nacional da Ucrânia aumentou a taxa de juro de referência de 19,5% para 30%, com o objectivo de "estabilizar a situação nos mercados monetários e de crédito", afirmou terça-feira o governador Valeriya Gontareva, citado pela Bloomberg. Segundo a agência, este é o valor mais elevado de todos os países seguidos pela Bloomberg.


Esta não foi a primeira tentativa para conter a desvalorização da grívnia. Kiev já tentou controlos de capital mais apertados e até decretou a interrupção da compra e venda de divisas. "O quadro é cada vez mais confuso: todos os dias é tomada uma medida diferente", refere Simon Quijano-Evans, director de mercados emergentes do Commerzbank, em Londres, numa resposta por email à Bloomberg. "O que a população local precisa é de uma política clara do seu banco central."


No último ano, a grívnia caiu 60% face ao dólar, tendo flutuado mais de 15% em cinco dias diferentes só em 2015. Terça-feira, ela estava a valorizar 8,5% perto das 18h30 (hora de Kiev).

 

Na origem dos problemas ucranianos está obviamente a guerra civil no País, cujo cessar-fogo tem sofrido repetidas violações. Nas últimas 24 horas foram mortos três soldados ucranianos. 


No último trimestre, a actividade económica contraiu 15,2% face ao mesmo período do ano anterior. Além da recessão e da escalada dos juros, economicamente, os ucranianos enfrentam também subidas dos preços da energia e cortes nas pensões. Medidas exigidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), como contrapartida para a concessão de um empréstimo de 17,5 mil milhões de dólares (15,6 mil milhões de euros), que permita dar alguma folga às contas públicas ucranianas.


"A subida dos juros fará aumentar o interesse por deter grívnias, o que é um factor positivo, mas não tenho a certeza que, sozinha, chegue para resolver um problema tão agudo de oferta de dólares", explica à Bloomberg Fyodor Bagnenko, da Dragon Capital. "O que é mesmo necessário nesta situação é combinar medidas administrativas e monetárias e parece que é precisamente isso que o banco central está a fazer."

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