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"Não digam que não vos avisámos": ameaças da China aos EUA sobem de tom

O jornal oficial do Governo chinês deixa novas mensagens aos Estados Unidos, voltando a levantar a hipótese de contra-atacar as ações de Washington com o corte no fornecimento de metais raros.

Reuters
30 de Maio de 2019 às 12:33
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O Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista chinês, foi utilizado para deixar os mais recentes recados aos Estados Unidos.

"Aconselhamos os Estados Unidos a não subestimarem a habilidade do lado chinês em salvaguardar os seus direitos de desenvolvimento e interesses. Não digam que não vos avisámos!", lê-se no jornal, citado pela CNBC.

A frase que remata o conselho, "não digam que não vos avisámos!", não é nova: foi utilizada em 1962, antes da China iniciar uma disputa com a Índia sobre a fronteira entre os dois países e também em 1979, imediatamente antes do início da guerra entre chineses e vietnamitas.

Mas os recados continuam. "Tornar-se-ão os metais raros uma arma de contra-ataque para a China combater a pressão que os Estados Unidos estão a exercer por absolutamente nenhuma razão? A resposta não é um mistério", encontra-se ainda redigido no jornal.

Estes comentários somam-se aos do vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Zhang Hanhui, taambém esta quinta-feira: "somos contra a guerra comercial, mas não temos medo dela", declarou o responsável, em conferência de imprensa. "Opomo-nos firmemente a este recurso sistemático às sanções comerciais, às taxas alfandegárias e ao protecionismo. Esta instigação premeditada de um conflito comercial é terrorismo económico, chauvinismo económico e assédio económico em estado puro", advertiu.

O conflito comercial entre as duas maiores economias do mundo vindo a escalar. As autoridades chinesas indicaram esta quinta-feira, 29 de maio, estar a estudar a hipótese de interromper o fornecimento a empresas norte-americanas de metais raros, essenciais ao desenvolvimento de produtos tecnológicos. Paralelamente, a Huawei entregou novos documentos à justiça norte-americana no sentido de acelerar a decisão do processo que instaurou contra os Estados Unidos.

O "ponto de viragem" veio agitar os ânimos aconteceu ainda este mês, quando a última tentativa de entendimento entre Estados Unidos e China falhou. Da discórdia resultou o aumento da tarifa que é aplicada a um grupo de bens chineses no valor de 200 mil milhões de dólares, de 10% para 25%. Para além desta medida, Trump já ameaçou alargar as tarifas de 25% a um novo lote de bens chineses, que ainda não são alvo de taxas aduaneiras, cujas importações estão avaliadas em cerca de 300 mil milhões de dólares.

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