Notícia
Já há um membro da Fed a admitir corte dos juros "em breve"
O presidente da Reserva Federal de St. Louis é o primeiro membro do comité federal a admitir um corte dos juros "em breve". Em causa estão os efeitos negativos da disputa comercial na economia norte-americana.
04 de Junho de 2019 às 08:01
A política monetária dos Estados Unidos pode estar prestes a dar uma volta de 180º. Depois de quase quatro anos a subir os juros numa trajetória de normalização da política monetária, começam a surgir fortes sinais de que pode haver uma (ou mais) descida dos juros em 2019 devido à disputa comercial.
Essa hipótese foi admitida pelo presidente da Reserva Federal de St. Louis, James Bullard, em declarações citadas pela CNBC, naquela que é a primeira vez que um membro do comité federal sugere essa possibilidade: "em breve" os juros podem ter de descer, disse, argumentando que a inflação continua fraca e as tensões intensificam-se em várias frentes, nomeadamente entre os EUA e o México.
James Bullard - que tem assento e voto no comité que decide a evolução dos juros - explicou que, apesar de a Fed não conseguir responder a todos avanços repentinos da disputa dos EUA com os parceiros comerciais, os acontecimentos mais recentes criaram um "ambiente de elevada incerteza que poderá ter impacto no desempenho macroeconómico dos Estados Unidos" numa altura em que a economia mundial desacelera.
Além disso, a inversão da curva de rendimentos das obrigações norte-americanas parece sugerir que o atual nível de juros é inapropriadamente elevado, segundo Bullard. Em causa está a aproximação entre os juros a curto prazo e os juros a longo prazo da dívida norte-americana, sem diferenciação do risco.
Até ao momento, a posição da Fed tem sido de paciência quanto à evolução da disputa comercial, adiando qualquer reação para o momento em que considerasse que o impacto negativo estava a afetar as perspetivas de crescimento dos EUA. Para Bullard esse momento pode já ter chegado. Contudo, a maior parte dos seus colegas no comité da Fed tem rejeitado essa possibilidade, preferindo manter os juros entre o intervalo atual de 2,25% e 2,5%.
A Reserva Federal irá reunir-se daqui a duas semanas para avaliar a política de juros e divulgar as novas projeções económicas. Desde a última reunião, os EUA já aumentaram as tarifas sobre os bens chineses, lançaram uma frente de combate às gigantes tecnológicas chinesas como a Huawei e ameaçaram o México com mais tarifas. Estes acontecimentos levaram a um "sell-off" em Wall Street, após um começo de ano positivo.
No mercado, a expectativa mudou radicalmente com as tarifas ao México. Os analistas consideravam até esse momento que a Fed manteria os juros em 2019. No entanto, desde então que os analistas já antecipam duas descidas dos juros este ano, segundo a Bloomberg, como é o caso do JP Morgan e do Barclays. A acontecer esta será a primeira descida dos juros desde que, em dezembro de 2015, a Fed começou a subir a taxa diretora após a crise de 2008.
Essa hipótese foi admitida pelo presidente da Reserva Federal de St. Louis, James Bullard, em declarações citadas pela CNBC, naquela que é a primeira vez que um membro do comité federal sugere essa possibilidade: "em breve" os juros podem ter de descer, disse, argumentando que a inflação continua fraca e as tensões intensificam-se em várias frentes, nomeadamente entre os EUA e o México.
Além disso, a inversão da curva de rendimentos das obrigações norte-americanas parece sugerir que o atual nível de juros é inapropriadamente elevado, segundo Bullard. Em causa está a aproximação entre os juros a curto prazo e os juros a longo prazo da dívida norte-americana, sem diferenciação do risco.
Até ao momento, a posição da Fed tem sido de paciência quanto à evolução da disputa comercial, adiando qualquer reação para o momento em que considerasse que o impacto negativo estava a afetar as perspetivas de crescimento dos EUA. Para Bullard esse momento pode já ter chegado. Contudo, a maior parte dos seus colegas no comité da Fed tem rejeitado essa possibilidade, preferindo manter os juros entre o intervalo atual de 2,25% e 2,5%.
A Reserva Federal irá reunir-se daqui a duas semanas para avaliar a política de juros e divulgar as novas projeções económicas. Desde a última reunião, os EUA já aumentaram as tarifas sobre os bens chineses, lançaram uma frente de combate às gigantes tecnológicas chinesas como a Huawei e ameaçaram o México com mais tarifas. Estes acontecimentos levaram a um "sell-off" em Wall Street, após um começo de ano positivo.
No mercado, a expectativa mudou radicalmente com as tarifas ao México. Os analistas consideravam até esse momento que a Fed manteria os juros em 2019. No entanto, desde então que os analistas já antecipam duas descidas dos juros este ano, segundo a Bloomberg, como é o caso do JP Morgan e do Barclays. A acontecer esta será a primeira descida dos juros desde que, em dezembro de 2015, a Fed começou a subir a taxa diretora após a crise de 2008.