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Tecnológicas proíbem contacto dos trabalhadores com Huawei

As sanções dos EUA à Huawei não implicavam a proibição de contacto com a empresa chinesa, mas várias tecnológicas estão a orientar os trabalhadores para que não tenham conversações informais com funcionários da Huawei.

14º Intel
reuters
10 de Junho de 2019 às 16:00
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Algumas das maiores tecnológicas do mundo estão a proibir os trabalhadores de falarem sobre tecnologia e padrões técnicos com funcionários da Huawei, na sequência das sanções impostas pelo governo norte-americano à empresa chinesa. A informação é avançada, esta segunda-feira, 10 de junho, pela Reuters, que dá conta de que, entre estas empresas, estão as norte-americanas Intel, Qualcomm e InterDigital Wireless, bem como a sul coreana LG Uplus, pertencente ao grupo LG.

As discussões informais no âmbito de reuniões internacionais entre engenheiros para estabelecer os padrões das tecnologias de telecomunicações, incluindo o desenvolvimento do 5G, são uma prática normal entre os trabalhadores destas grandes empresas. Contudo, aponta a agência noticiosa, as "conversações informais" com a Huawei, a maior fabricante mundial de equipamentos de telecomunicações, estão proibidas.

No mês passado, a administração Trump decidiu colocar a Huawei na lista negra do Departamento do Comércio, que obriga as empresas norte-americanas a obter uma licença especial para que possam comercializar produtos com a tecnológica chinesa. A ordem do governo norte-americano não implica, contudo, a proibição do contacto entre empresas. Aliás, poucos dias depois desta decisão o governo de Trump recuou e concedeu às empresas do país um período de três meses para continuarem a negociar com a Huawei, adiando a entrada da empresa chinesa na lista negra. Isto para que as empresas pudesse "desenvolver os padrões para o 5G", argumentou então o Departamento do Comércio.

Este período de adaptação, que se prolonga até agosto, mantém-se, garantem as autoridades norte-americanas à Reuters. Mas as empresas do país procuram evitar problemas com o governo e, por isso, estão a limitar algumas formas de interação direta com a Huawei.

A Intel e a Qualcomm admitem apenas que deram instruções aos trabalhadores, mas não fazem mais comentários sobre o assunto. Já a InterDigital afirma que forneceu orientações aos engenheiros para assegurar que a empresa cumpre com as regulações dos Estados Unidos, enquanto a LG Uplus admite que está "voluntariamente a abster-se de interagir com os trabalhadores da Huawei, para lá de reuniões para a instalação de equipamento de rede ou questões de manutenção". A empresa sul-coreana ressalva, ainda assim, que não há uma política formal dentro da empresa para limitar conversas com a Huawei.

Já a Huawei não fez quaisquer comentários sobre este assunto.

Este conflito entre as duas maiores economias do mundo, admitem ainda os especialistas do setor e algumas das empresas envolvidas, poderá atrasar o desenvolvimento do 5G. "Isto poderá levar toda a gente para os seus próprios cantos e precisamos de cooperação para conseguir o 5G. Devia ser um mercado global", afirmou um representante de uma empresa europeia que implementou regras contra a interação com a Huawei e que preferiu manter o anonimato.
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