Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Moscovo confirma embargo de um ano a bens agrícolas da UE e Estados Unidos

A confirmação da proibição, por um ano, da importação de produtos agrícolas de vários países ocidentais foi dada por Dmitry Medvedev. Fica no ar a possibilidade de proibição das linhas aéreas europeias e norte-americanas usarem o espaço aéreo da Sibéria.

A carregar o vídeo ...
Russia Bans Food Imports From U.S., EU, Others
07 de Agosto de 2014 às 12:08
  • 29
  • ...

Foi aprovada e divulgada a lista de sanções adoptadas por Moscovo como resposta às recentes penalizações económicas determinadas pela União Europeia (UE) e Estados Unidos contra a Rússia. O Presidente russo Vladimir Putin já tinha ratificado, esta quinta-feira, um decreto que define "medidas económicas específicas" de contra-ataque às sanções ocidentais. Esta quinta-feira foi conhecido o real alcance das sanções.

 

A Rússia proíbe as importações de bens agrícolas com proveniência da UE, dos Estados Unidos, da Noruega, do Canadá e da Austrália. A decisão que estabelece o embargo à carne, peixe, vegetais, fruta e leite com origem nos países atrás elencados foi anunciada esta manhã, 7 de Agosto, pelo primeiro-ministro Dmitry Medvedev.

 

O responsável notou, citado pela Reuters, depois da reunião desta quinta-feira do Governo russo, que "não há nada de bom a retirar destas sanções e não foi fácil adoptá-las, mas tínhamos de o fazer", atirou.

 

De acordo com o primeiro-ministro poderá haver algo de bom, contudo, a retirar desta decisão. Reafirmar um outrora tradicional proteccionismo russo poderá ser importante para a economia do país, afirma Medvedev.

 

"Estamos a ficar para trás na produção de certos tipos de lacticínios e carnes. Temos de recuperar deste atraso e os nossos agricultores estão preparados para isso, especialmente se os ajudarmos", sustentou.

 

Medvedev lamentou ainda que as sanções, impostas há cerca de duas semanas pela UE e por Washington, apenas representem a escolha de um "caminho sem saída".

 

[Gostaria que] o pragmatismo económico dos nossos parceiros económicos prevalecesse sobre más decisões políticas. Gostaríamos que isso acontecesse
 
Dmitry Medvedev

Todavia, citado pelo Russia Today, o primeiro-ministro da Rússia disse esperar que o ocidente repense a opção pela política de sanções e que não opte por responder ao embargo de um ano aos produtos do sector primário agora determinado por Moscovo. Medvedev garantiu que gostaria que "o pragmatismo económico dos nossos parceiros económicos prevalecesse sobre más decisões políticas. Gostaríamos que isso acontecesse", concluiu.

 

Dos países que adoptaram, pelo menos parte da recente "fase 3" das sanções europeias, que incidem sobre os sectores de armamento, energético e financeiro russos, apenas escapam, para já, à retaliação russa a Suíça e o Japão.

 

O impacto não é ainda totalmente determinável neste momento, mas tendo em conta que a Rússia é o segundo maior mercado receptor das exportações de comidas e bebidas europeias, depreende-se que o impacto possa ser significativo.

 

Significativo também poderá ser o eventual impedimento, pelas autoridades russas, dos aviões comerciais europeus e norte-americanos poderem usar o espaço aéreo da Sibéria nas rotas com destino ao continente asiático. O actual número dois do regime russo e antigo Presidente revelou que esta proposta está a ser discutida no seio do Kremlin. Esta seria uma medida potencialmente gravosa na medida em que o espaço aéreo russo é a rota mais barata e mais utilizada, por voos comerciais, tendo a Ásia como destino.

 

Medvedev também deixou no ar, escreve o Financial Times, que a Rússia está "potencialmente preparada" para adoptar medidas de carácter proteccionista em sectores como o automóvel, construção naval eprodução de aviões.

 

A bolsa russa não reagiu de forma positiva à concretização das retaliações económicas aplicadas por Moscovo com o índice Micex a cair 1,56%, estendendo assim para três o número de sessões consecutivas a negociar em terreno negativo. Desde o início do ano este índice já desvalorizou 12,1%, em paralelo ao crescente isolamento da economia russa que decorreu do início da crise geopolítica na Ucrânia em Fevereiro passado. 

 

 
Produtos sob embargo:

Carne bovina (fresca, congelada ou refrigerada)

 

Carne de porco (fresca, congelada ou refrigerada)

 

Aves e derivados (fresca, congelada ou refrigerada)


Peixe, moluscos, crustáceos e outros invertebrados aquáticos

 

Leite e seus produtos derivados

 

Vegetais

 

Frutos

 

Frutos secos

 

Produtos de salsicharia

 

Queijo e produtos similares

Ver comentários
Saber mais Moscovo UE Estados Unidos Vladimir Putin Rússia Dmitry Medvedev Embargo Produtos Agrícolas
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio