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Investidores “torcem o nariz” à falta de medidas do G20

A economia mundial teima em não recuperar, mas os responsáveis das Finanças do G20 também não apresentaram propostas concretas para a estimular. Os investidores não gostaram, levando as bolsas mundiais às quedas.

Aly Song/Reuters
29 de Fevereiro de 2016 às 09:42
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Os ministros das Finanças e os líderes dos bancos centrais das 20 maiores economias do mundo estiveram reunidos em Xangai, entre 26 e 27 de Fevereiro. Um encontro do qual muito se pedia, dadas as actuais dificuldades que a economia mundial enfrenta. Mas a verdade é que não surgiram medidas concretas e os investidores foram prontos a reagir.

As bolsas asiáticas marcaram o tom desta segunda-feira, 29 de Fevereiro, com o japonês Nikkei a encerrar a cair 1,00%. Uma desvalorização acompanhada pelo também japonês Topix (-1,02%), ao passo que o chinês Shanghai Composite perdeu 2,86%. Por cá, as praças europeias abriram a sessão com quedas ligeiras. Mas logo a tendência deteriorou, com o Stoxx 600 a recuar actualmente 0,95%. Mas é o alemão DAX que lidera a tendência (-1,45%), logo seguido pelo grego FTASE e pelo francês CAC40 (-1,17%).

"Os mercados na Ásia estavam de novo nervosos, com as bolsas maioritariamente no ‘vermelho’", nota a equipa do RBC, numa nota de análise divulgada esta segunda-feira. Para os especialistas, "alguma desilusão quanto à falta de actuação tangível, após a reunião do G20, poderá ter espoletado estes desempenhos". É que "o comunicado do G20 não incluiu nenhuma proposta de actuação concreta", explicam, tendo, no entanto, alertado para "desafios económicos globais", incluindo "o ‘Brexit’ e a crise dos refugiados na lista de riscos negativos".

Já a equipa do Société Générale aponta que "o G20 reforçou a ideia de que ‘o rei vai nu’". Os especialistas citam o comunicado emitido no passado sábado, no qual os responsáveis dizem que a magnitude da turbulência nos mercados não reflecte os fundamentais da economia. E criticam: "na melhor das hipóteses, isto é complacente, na pior é uma admissão de impotência".

"Poderemos estar a testar os limites da política monetária", reconhece ainda o banco francês, mas "o G20 parece ter falta de medidas alternativas". Por isso, concluem, "os investidores estão esta manhã com o sentimento de que não há nenhum bom plano para combater o abrandamento da economia global".

As críticas são mais que muitas, naquele que começa a ser um apelo quase unânime para um estímulo conjunto à economia mundial. O problema, nota o conselho editorial da Bloomberg, num artigo de opinião publicado esta segunda-feira, é que a reunião terminou "com as promessas normais para impulsionar a economia". "É um feitiço familiar. O que é preciso é alguma acção que combine com as palavras repetidas até à exaustão", conclui.

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