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EUA e China arrefecem expectativas com falta de detalhes sobre as negociações

Em curtos comunicados, tanto Pequim como Washington deram poucos detalhes sobre as negociações realizadas esta semana, sugerindo que terão sido alcançados poucos progressos.

EPA
10 de Janeiro de 2019 às 12:01
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A expectativa era elevada para esta ronda de negociações realizada em Pequim entre representantes dos Estados Unidos e da China, que arrancou na segunda-feira, e que foi prolongada até quarta. Afinal, foi o primeiro encontro entre delegações dos dois países, depois da reunião entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Buenos Aires, em que foi acordada uma trégua de 90 dias na guerra comercial.

Contudo, a falta de detalhes sobre o resultado deste encontro e os parcos sinais de progressos concretos na resolução da disputa comercial sugerem que a montanha pariu um rato.

Tanto da parte de Pequim como de Washington, os resultados deste processo negocial foram revelados em curtos comunicados, onde mais do que aquilo que foi feito, sublinha-se aquilo que está por fazer.

Apesar disso – e talvez o sinal mais positivo – os dois países garantem que foi preparado o terreno para a futura resolução das preocupações de ambos os lados, e que vão manter um contacto "próximo".

"De 7 a 9 de janeiro, a China e os EUA realizaram discussões em Pequim de nível vice-ministerial sobre a questão do comércio. Os dois lados levaram a cabo discussões amplas, profundas e meticulosas sobre observações partilhadas de questões comerciais e problemas estruturais, lançando as bases para abordar áreas de interesse comum. Ambos os lados concordaram em continuar em contacto próximo", refere o curto comunicado divulgado esta quinta-feira pelo ministério do Comércio da China.

Já as autoridades norte-americanas destacaram o foco das conversações, sem sinalizar, porém, qualquer progresso em nenhuma delas.

"Uma delegação oficial dos Estados Unidos liderada pelo vice-representante de Comércio dos EUA, Jeffrey Gerrish, reuniu-se em Pequim com autoridades chinesas para discutir formas de alcançar justiça, reciprocidade e equilíbrio nas relações comerciais entre os dois países. As negociações também se concentraram na promessa da China de comprar uma quantidade substancial de produtos agrícolas, de energia, manufaturados e outros produtos e serviços dos Estados Unidos", diz o comunicado, acrescentando que, posteriormente, serão dadas mais indicações sobre os próximos passos no processo negocial.

De acordo com vários meios de comunicação, um deles poderá ser uma reunião entre o vice-presidente chinês, Wang Qishan, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no encontro anual do Fórum Económico Mundial, em Davos, na Suíça.

Os dois países têm até ao dia 2 de Março para alcançar um acordo, no âmbito da trégua de 90 dias acordada no início de Dezembro, que interrompeu a imposição de um agravamento das tarifas norte-americanas sobre as importações chinesas.

Em causa está a subida de 10% para 25% da tarifa aplicada sobre 200 mil milhões de dólares de bens chineses e a ameaça de Trump de aplicar taxas aduaneiras a todos os produtos que Pequim exporte para território norte-americano.

Na lista de exigências dos Estados Unidos está a resolução de uma série de preocupações relacionadas com transferência forçada de tecnologia – a obrigatoriedade de as empresas norte-americanas se juntarem a um parceiro local e cederem a sua propriedade intelectual para poder ter acesso ao mercado chinês -, política industrial, barreiras tarifárias e cibersegurança.

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