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Contratorpedeiro britânico já está a escoltar embarcações no Estreito de Ormuz

O Reino Unido destacou um "destroyer" para o Estreito de Ormuz, para proteger as embarcações comerciais, depois de um navio britânico ter sido apreendido pelos iranianos.

Reuters
Negócios com Lusa 28 de Julho de 2019 às 19:26

O contratorpedeiro britânico HMS Duncan já está no Estreito de Ormuz para ajudar a escoltar embarcações comerciais, depois de o Irão ter confiscado um navio do Reino Unido no âmbito das tensões entre Teerão e o Ocidente.

 

O "destroyer" irá acompanhar, ao longo do Estreito, as embarcações com bandeira britânica, anunciou este domingo o Ministério da Defesa do Reino Unido, citado pela Bloomberg.

 

Omã, que partilha estas águas com o Irão, sublinhou que está a manter conversações "com todas as partes" no sentido de restaurar a estabilidade a esta região.

 

As tensões no Estreito de Ormuz têm sido uma constante nas últimas semanas, com o Irão a retaliar contra as sanções dos EUA – que estão a trazer dificuldades a Teerão no escoamento do seu petróleo.

 

Hoje, o Irão voltou a insistir no direito – estipulado no acordo nuclear de 2015 [do qual os EUA saíram em maio de 2018, sob a presidência de Donald Trump] e numa resolução do Conselho de Segurança da ONU – de exportar petróleo e acusou os Estados Unidos e o Reino Unido de estarem a atuar contra esses acordos.

 

Representantes do Irão e de cinco países (França, Reino Unido, Alemanha, Rússia e China) que continuam empenhados no acordo nuclear designado como Plano de Ação Conjunta Global (JCPOA, na sigla em inglês) realizaram hoje em Viena uma reunião extraordinária para tentarem salvar este pacto, referiu a Lusa.

 

"Qualquer obstáculo à forma como o Irão exporta o seu petróleo vai contra o JCPOA (acordo nuclear)", sublinhou o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Abbas Araghchi, após a reunião.

 

O diplomata referiu-se expressamente ao petroleiro iraniano Grace 1 apresado no início de julho pelas autoridades britânicas ao largo de Gibraltar, afirmando que contribuiu para agravar o clima de tensão que já existia no Golfo Pérsico. Durante a manhã, o negociador iraniano já tinha acusado o Reino Unido de violar o acordo por reter o navio.

 

"O que os Estados Unidos estão a fazer – impedir exportações de petróleo a partir do Irão", é uma violação da resolução do Conselho de Segurança", afirmou o responsável iraniano em referência à resolução 2231 do órgão da ONU, adotada após o acordo nuclear.

 

Teerão considera vital manter a capacidade de exportação de petróleo, o principal benefício que conseguiu com o acordo, alcançado há quatro anos em troca do enquadramento das suas atividades nucleares.

 

Araghchi já tinha afirmado hoje em declarações à televisão iraniana que os Estados-membros não devem colocar "qualquer obstáculo" às exportações iranianas de petróleo se querem salvar o acordo, destinado a garantir que o programa nuclear de Teerão tem fins pacíficos.

 

Em maio de 2018, Washington anunciou a retirada unilateral do acordo negociado pela administração Obama e o restabelecimento das sanções que têm devastado a economia iraniana, sem que os signatários que se mantiveram no acordo tenham conseguido ajudar Teerão a contornar esses obstáculos.

 

Um ano após o anúncio da decisão norte-americana, o Irão declarou que não se sentia obrigado a continuar a respeitar dois dos seus compromissos no pacto, os limites das reservas de urânio pouco enriquecido e de água pesada, e já este mês disse que deixaria de respeitar as restrições sobre o grau de enriquecimento de urânio, que o pacto limita a 3,67%.

 

Segundo Araghchi, "os participantes que continuam no JCPOA continuam determinados em salvar este acordo que representa um grande sucesso diplomático" e as conversações, a nível de diretores políticos, decorreram numa atmosfera "construtiva".

 

Apesar da tensão, as negociações decorreram em "bom ambiente", confirmou o representante chinês, Fu Cong.

 

As várias partes querem agora realizar uma reunião a nível ministerial para conseguir avanços, mas isso "ainda necessita de preparação", referiu Araghchi.

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