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Trump impõe novas sanções ao Irão e líder supremo é atingido

O presidente norte-americano assinou um decreto que aplica novas sanções ao Irão com o objetivo, explicou Trump, de obrigar Teerão a "abandonar as suas atividades [nucleares] perigosas".

Reuters
24 de Junho de 2019 às 20:07
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"Os ativos do ayatollah [Ali] Khamenei não serão poupados", garantiu Donald Trump no momento em que assinou um decreto presidencial que reforça as sanções norte-americanas aplicadas ao Irão. 

Tal como previamente anunciado, o presidente dos Estados Unidos ordenou a imposição de novas e "pesadas" sanções contra o líder supremo da República islâmica, o respetivo gabinete e "muitas outras" figuras relevantes do país.

Trump adiantou que as sanções vão manter-se em vigor, e até serem intensificadas, até que o regime iraniano desista das suas "atividades [nucleares] perigosas" e explicou que o recurso a estes instrumentos sancionatórios consiste numa "resposta forte e proporcionada" àquilo que considera serem as "crescentes ações provocatórias" de Teerão.

Estas sanções, explicou depois o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, vão travar o acesso daquelas personalidades a milhares de milhões de dólares em ativos financeiros, pese embora não tenham sido avançadas informações mais concretas.

Mnuchin assegurou ainda que esta decisão é o resultado das "mais recentes ações" do Irão, se bem que não tenha especificado quais, assim como não avançou dados concretos sobre que tipo de ativos e respetiva proveniência incidem as sanções.

Aparentemente, trata-se da resposta de Washington ao abate de um drone americano não pilotado ao largo do Estreito de Ormuz, embora Trump tenha já assegurado que estas sanções seriam aplicadas independentemente do incidente da passada quinta-feira.

Seja como for, estas novas sanções reforçam a asfixia económica com que a Administração Trump tenta vergar Teerão e que foi iniciada em maio do ano passado, quando o líder americano retirou os EUA do acordo sobre o nuclear iraniano (assinado em 2015 pelo então presidente Barack Obama), avançando depois, já em agosto, com sanções que atingem não apenas o Irão mas os Estados que mantenham negócios com o país.

A tensão entre os dois países intensificou-se nas últimas semanas, em especial depois dos ataques contra dois petroleiros no Estreito de Ormuz que os EUA atribuem ao Irão que, pelo seu lado, rejeita tais acusações.

Teerão avisa que não prescinde da soberania


Em resposta, o ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Javad Zarif, avisou que o Irão não vai aceitar qualquer violação à sua soberania, aludindo assim ao abate do drone que Teerão garante ter invadido o espaço aéreo do país, embora os EUA rejeitem tal indicação.

Zarif aproveitou para desmentir que o sistema de mísseis utilizado para abater o drone americano não é russo mas "fabricado por iranianos", o que granjeia "enorme orgulho à nação iraniana".

Na conferência de imprensa que decorreu na Casa Branca, Mnuchin revelou ter recebido instruções de Trump no sentido de incluir Zarif nas novas sanções, acrescentando que esse objetivo poderá ser cumprido no final desta semana.

Trump promete que Irão não terá armamento nuclear


Aos jornalistas, Donald Trump afirmou que os EUA não querem iniciar nenhum tipo de conflito armado com o Irão ou qualquer outro país, mas notou que Washington não pode permitir que "o Irão alguma vez possua uma arma nuclear".

Depois de os EUA terem denunciado o acordo sobre o programa nuclear, reinstituindo as sanções que haviam sido levantadas na sequência do acordo de 2015, o Irão ameaçou recentemente retomar o enriquecimento de urânio.

No fim de semana Donald Trump havia anunciado "sanções adicionais" ao Irão, que se juntariam às penalizações já em vigor sobre o setor petrolífero e outros menos relevantes do país.

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