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Irão condena alegados espiões à morte e agrava tensão com os EUA
As tensões entre Estados Unidos e Irão continuam a escalar. Esta segunda-feira, o Irão revelou que deteve vários cidadãos nacionais, e que alguns serão condenados à morte, na sequência de suspeitas de que estes estivessem a trabalhar com a americana CIA.
O Irão decretou que vários cidadãos serão condenados à morte, sob a acusação de fazerem parte de uma rede de espionagem treinada pela CIA. A decisão é divulgada numa altura de crescente tensão entre os Estados Unidos e o Irão.
Terão sido detidos dezassete cidadãos, não tendo sido confirmado quantos deles serão sentenciados à morte. Fonte oficial, que preferiu não ser identificada, revelou à Bloomberg que nenhum destes indivíduos terá dupla nacionalidade. A rede de espionagem terá sido identificada já no início deste ano.
A mesma fonte indica que os suspeitos terão sido treinados pela CIA para reunir informação confidencial em localizações mais sensíveis no Irão , incluindo bases militares, instalações nucleares e centros económicos. A CIA terá aliciado os recém-condenados prometendo residência e empregos nos Estados Unidos, tal como uma saída em segurança do Irão. Para disfarce, foram criadas empresas fantasma que permitiram o contacto e contratação de iranianos, disse o oficial.
A crispação entre os Estados Unidos e o Irão aumentou desde que o Presidente Donald Trump retirou os Estados Unidos, há um ano, do acordo nuclear internacional assinado, em 2015, entre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança – Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China (mais a Alemanha) – e o Irão, restaurando sanções devastadoras para a economia iraniana.
Mais recentemente, as acusações e ataques têm-se sucedido. O país liderado por Hassan Rouhani (na foto) sublinhou que tem o poder de fechar o estreito de Ormuz, um canal essencial para a comercialização de petróleo, embora com a ressalva de que não tem o desejo de o fazer. A Casa Branca já foi mesmo apelidada de "atrasada mental" pelo Governo iraniano.
O presidente Donald Trump anunciou na passada quinta-feira, 18 de julho, que um navio da marinha norte-americana "destruiu" um drone iraniano no Estreito de Ormuz depois de ter sido visto como uma ameaça ao voar a menos de 1.000 metros deste. Antres, admitiu ter cancelado no último momento um ataque ao Irão que causaria 150 mortes.