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Rohani adverte Trump: Conflito com o Irão será a "mãe de todas as guerras"
O presidente iraniano, Hassan Rohani, voltou a avisar que o Irão poderá fechar o estreito estratégico de Ormuz, que controla o Golfo e por onde passa cerca de 30% do petróleo mundial que é transportado por via marítima.
O presidente iraniano, Hassan Rohani (na foto), advertiu este domingo os Estados Unidos para não "brincarem com a cauda do leão", assegurando que um conflito com Teerão será "a mãe de todas as guerras".
As declarações de Rohani foram feitas poucas horas antes de um esperado discurso do secretário de Estado norte-americano sobre o Irão.
"Declaram a guerra e depois falam da vontade de apoiar o povo iraniano", disse Rohani dirigindo-se ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, numa reunião de diplomatas iranianos em Teerão. "Não pode provocar o povo contra a segurança e os seus próprios interesses", disse o presidente, num discurso que foi transmitido pela televisão.
Rohani voltou a avisar que o Irão poderá fechar o estreito estratégico de Ormuz, que controla o Golfo e por onde passa cerca de 30% do petróleo mundial que é transportado por via marítima. "Nós somos a garantia de segurança desse estreito desde sempre, não brinque com a cauda do leão, você vai arrepender-se", avisou, acrescentando: "A paz com o Irão será a mãe das pazes e a guerra com o Irão representará a mãe das guerras".
O discurso do líder iraniano acontece poucas horas antes do esperado discurso do secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, sobre o Irão, enquanto os Estados Unidos procuram aumentar a pressão sobre a República islâmica após se terem retirado do acordo histórico de 2015 sobre o armamento nuclear.
"Sempre que a Europa procurou um acordo connosco, a Casa Branca semeou discórdia", disse Rohani. "Não devemos pensar que a Casa Branca ficará para sempre neste nível de oposição ao direito internacional, contra o mundo muçulmano", salientou.
O secretário norte-americano do Tesouro, Steven Mnuchin, declarou na segunda-feira, 16 de Julho, que apesar de o objectivo da Casa Branca ser "reduzir a zero" as exportações do Irão, poderá considerar algumas excepções de modo a não provocar perturbações no mercado.
Recorde-se que os EUA impuseram um boicote ao petróleo iraniano depois de Trump ter decidido rasgar o acordo nuclear com o Irão – que é um dos maiores produtores da OPEP. Entretanto, o presidente norte-americano ameaçou com sanções os países que não tivessem deixado de comprar petróleo ao Irão até 4 de Novembro próximo, se bem que na semana passada tenha dado mostras de que poderia recuar nesta pretensão – o que veio a confirmar-se com as declarações de Mnuchin.