Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Fim da disputa comercial? China propõe eliminar excedente com os EUA

A Bloomberg noticia que Pequim estará disponível para prosseguir um plano de seis anos de aumento das importações oriundas dos Estados Unidos até equilibrar totalmente a relação comercial entre as duas maiores economias mundiais.

Reuters
18 de Janeiro de 2019 às 15:48
  • 6
  • ...

A China parece estar disponível para corresponder às pretensões dos Estados Unidos e avançar com um plano de reforço progressivo das compras de bens norte-americanos para, daqui a seis anos, garantir uma relação comercial equilibrada entre as duas economias.

De acordo com a Bloomberg, que cita fontes anónimas conhecedoras da negociação em curso entre Washington e Pequim, as autoridades chinesas terão posto em cima da mesa a possibilidade de avançar com um plano de reforço das importações de bens norte-americanos que acabe com o défice comercial dos EUA relativamente à China. 

A proposta fará referência a um plano com a duração de seis anos cujo objetivo, segundo a mesma agência noticiosa, é que por volta de 2024 as relações comerciais China-EUA tenham atingido um ponto de equilíbrio, sem que nenhum dos países registe défice comercial nas trocas comerciais feitas entre ambos.

A China estará aberta a aumentar a importação anual de bens oriundos dos EUA num montante combinado de mais de 1 bilião de dólares para cumprir esse objectivo. Em 2018, o défice comercial dos EUA nas trocas com a China ascendeu a 323 mil milhões de dólares. Foi precisamente para combater este enorme desequilíbrio comercial que o presidente americano Donald Trump iniciou, no ano passado, uma disputa comercical com a China assente no reforço das tarifas aduaneiras aplicadas aos bens chineses. 

As contas referidas pela Bloomberg mostram que para anular o excedente nas trocas com os EUA, a China teria de aumentar as importações anuais dos atuais 155 mil milhões de dólares para cerca de 200 mil milhões de dólares em 2019 e continuar com reforços graduais até atingir em torno de 600 mil milhões de dólares em 2024.

Esta oferta terá sido feita nas negociações entre os dois países que foram retomadas no passado dia 7 de Janeiro. Segundo a Bloomberg, a mesma foi recebida com ceticismo pelos negociadores norte-americanos cujo objetivo passa por garantir um ponto de equilíbrio comercial dentro de dois anos. 

Ao longo dos vários meses de negociações entre os dois países a China já terá sugerido diminuir o défice comercial americano através do aumento das compras de bens produzidos nos EUA. No entanto, em meados de 2018 Trump terá dinamitado a aproximação entre as partes quando a China propôs reforçar "significativamente" as importações de produtos americanos.

Mesmo que exista um reaproximar entre os dois países, não são aguardadas decisões definitivas antes do final de Janeiro, altura em que o vice-presidente chinês Liu He visita Washington, pelo que até lá as conversações ao nível técnico deverão prosseguir.

As bolsas europeias e Wall Street, que já negociavam em alta na sessão desta sexta-feria, acentuaram os ganhos depois de ter sido noticiada esta alegada intenção de Pequim. Os índices acionistas em Wall Street marcam ganhos acima de 1% e na Europa os ganhos já superam os 2% em algumas praças. 

Também o dólar, que chegou a negociar em queda nos mercados cambiais, inverteu para valorizar 0,25% no índice da Bloomberg que mede o comportamento da divisa norte-americana contra um cabaz das principais moedas mundiais. 

A disputa comercial encetada por Donald Trump fez com que as taxas aduaneiras mutuamente aplicadas tenham crescido em cerca de 360 mil milhões de dólares, provocando perdas nos mercados mundiais devido ao receio quanto a uma potencial espiral protecionista. Esta quinta-feira, o The Wall Street Journal avançou que Washington considera a possibilidade de atenuar ou até levantar as tarifas aduaneiras reforças impostas à China para melhorar o ambiente negocial e facilitar um acordo.

(Notícia atualizada às 16:25)

Ver comentários
Saber mais Estados Unidos China
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio