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Economia chinesa terá o pior crescimento desde 1990
Os economistas estimam que o PIB da China tenha crescido 6,6% em 2018. Se a previsão for confirmada esta segunda-feira, será o pior resultado em 28 anos.
O gabinete de estatística da China vai anunciar esta segunda-feira, 21 de janeiro, a evolução da economia do país no conjunto de 2018 e as estimativas para a segunda maior economia do mundo não são nada animadoras, pois devem confirmar uma evidência já detetada há vários trimestres.
De acordo com os economistas inquiridos pela Reuters, o PIB da China terá crescido 6,6% em 2018, o que representa o ritmo de crescimento mais lento em 28 anos. Isto depois de já em 2017 o crescimento do PIB ter travado para 6,8% (valor revisto recentemente em baixa).
Na última década a China representou cerca de um terço do crescimento económico mundial, pelo que este abrandamento pronunciado está a gerar receios de uma travagem mais brusca na economia mundial este ano. Um facto que deverá ser constatado também esta segunda-feira, quando o Fundo Monetário Internacional atualizar as suas previsões para as maiores economias do mundo.
Os mesmos economistas sondados pela Reuters apontam para um novo abrandamento do PIB chinês em 2019, para 6,3%. E adiantam à agência de notícias que as taxas de crescimento reais já devem estar em níveis muito mais fracos face ao que sugerem as estatísticas oficiais.
Tendo em conta apenas o quarto trimestre de 2018, as estimativas apontam para um crescimento de apenas 6,4% em termos homólogos (contra 6,5% no terceiro trimestre), o que se situa em linha com o registado no início de 2009, na altura da crise financeira global.
Perante este abrandamento da economia chinesa, o Governo do país asiático deverá em breve ser obrigado a rever em baixa as suas estimativas, apontando para um intervalo entre 6 e 6,5% este ano, refere a Reuters.
As tarifas impostas às exportações para os Estados Unidos, mas também uma travagem no consumo a nível doméstico, são os principais fatores que explicam este mau momento da economia chinesa, que no final de 2018 registou mesmo uma contração em alguns setores (como a indústria) e não deverão melhorar tão cedo.
As autoridades chinesas já começaram a lançar medidas de estimulo (como o alívio aos bancos para que estes acelerem a concessão de crédito) e vêm outras a caminho (como corte de impostos), mas os economistas avisam que a intervenção de Pequim não terá um impacto tão forte como em 2009, quando o governo conseguiu que a economia chinesa escapasse quase ilesa ao impacto da crise financeira global.
Além dos estímulos, o Governo chinês também estará interessado em chegar o mais rápido possível a acordo com os Estados Unidos para evitar uma guerra comercial. Daí que na sexta-feira já tenham surgido notícias a dar conta que Pequim estará disponível para prosseguir um plano de seis anos de aumento das importações oriundas dos Estados Unidos até equilibrar totalmente a relação comercial entre as duas maiores economias mundiais.
Além da evolução do PIB, o Governo chinês vai também publicar na próxima madrugada os dados da produção industrial e vendas a retalho de dezembro.