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Tarifas e inflação penalizam Wall Street. Amazon cai 4%  

Os principais índices recuaram depois de o presidente dos EUA ter anunciado planos para impor mais taxas aduaneiras e de os dados laborais terem reforçado os receios sobre as pressões de preços.   

Peter Morgan/AP
07 de Fevereiro de 2025 às 21:12
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Os principais índices de Wall Street terminaram a última sessão da semana no vermelho, com os investidores a mostrarem receios sobre o impacto que a guerra tarifária poderá ter na inflação, reforçados pelos dados laborais, que revelaram que as pressões de preços deverão continuar.

O S&P 500 recuou 0,91% para 6.028,41 pontos, cedendo os ganhos verificados durante a semana, enquanto o Dow Jones desceu 0,99% para 44.303,40 pontos e o Nasdaq, dominado pelas tecnológicas, recuou 1,36% para 19.523,40 pontos.

Em mais um desenvolvimento sobre os planos de tarifas da administração Trump, o presidente norte-americano disse na Casa Branca que tenciona anunciar na próxima semana "tarifas recíprocas", em que serão aplicadas aos parceiros comerciais as mesmas taxas que os EUA pagam nas exportações, embora não tenha identificado quais os países visados.

Os dados mistos do emprego também não tranquilizaram os investidores. Embora a criação de emprego tenha caído para 143.000 no mês passado, a taxa de desemprego desceu para 4% e os salários por hora ficaram acima do esperado, crescendo 0,5% - um indicador de que a inflação poderá manter-se em níveis elevados.

Nesse cenário, a Reserva Federal (Fed) poderá continuar a adiar a data para o aguardado próximo corte das taxas de juro, depois dos três cortes do ano passado. Neste momento, os mercados apenas dão como garantida uma redução das taxas diretoras em setembro.

"O panorama geral é ainda o de resiliência do mercado de trabalho e pressões de preços sustentadas", refere Seema Shah, da Principal Asset Management, à Bloomberg. "Isto simplesmente dá à Fed poucos motivos para cortar as taxas de referência no imediato", acrescenta.

A queda do sentimento do consumidor, motivada pelos receios sobre uma aceleração da inflação, também contribuiu para o tom negativo da sessão.

A penalizar os mercados estiveram também as "megacaps", as cotadas com maior capitalização bolsista, depois dos resultados da Amazon. A gigante do comércio eletrónico superou as previsões de receitas e lucros por ação do quarto trimestre, mas dececionou no "guidance" de vendas e lucros operacionais para o trimestre atual, recuando cerca de 4% nesta sessão.

Os investidores revelaram receios sobre a aposta da empresa na inteligência artificial (IA), depois de a empresa ter alertado que poderá enfrentar constrangimentos na divisão da cloud, apesar do massivo investimento de 100 mil milhões de dólares planeado para este ano, destinado a centros de dados, produção de chips e equipamento para serviços de IA.

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