Donald Trump planeia anunciar "tarifas recíprocas" na próxima semana sobre parceiros comerciais dos EUA, disse o Presidente norte-americano numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro japonês esta sexta-feira, na Casa Branca, mas sem identificar os países visados.

"Vou anunciá-lo na próxima semana, comércio recíproco, para que sejamos tratados equitativamente com outros países", disse Trump aos jornalistas, quando questionado sobre se tenciona impor novas taxas alfandegárias sobre os parceiros comerciais. "Não queremos nem mais, nem menos".

Trump já tinha comunicado os planos sobre a reciprocidade aduaneira a congressistas republicanos durante discussões sobre o orçamento na quinta-feira, avançou a Reuters. Esta sexta-feira, confirmou os planos e disse que as tarifas sobre o setor automóvel também estão sob consideração, depois de ter sido noticiado que o setor poderia estar isento.    

A imposição de tarifas recíprocas - a implementação de taxas sobre as importações idênticas às que os EUA pagam a cada país nas suas exportações - foi uma das promessas de campanha de Trump e tem o apoio dos seus principais conselheiros. O objetivo é aprovar legislação que aplica "exatamente a mesma tarifa" à cobrada aos EUA.

Apesar de Trump já ter anunciado tarifas sobre produtos específicos importados, como o aço, fármacos, semicondutores, o cobre e o alumínio, e de ter anunciado taxas aduaneiras de 25% sobre o Canadá e o México (entretanto adiadas) e de 10% sobre a China, o Presidente dos EUA tem em vista outros países.

O próximo alvo poderá ser a União Europeia, depois de Trump ter dito na segunda-feira que as taxas cobradas pelos países do bloco "dispararam". Antes, tinha já prometido aplicar tarifas sobre bens europeus "muito em breve", com a UE a prometer retaliar fortemente contra tarifas "injustas".

As receitas arrecadadas pelas tarifas serão utilizadas para financiar parcialmente os amplos cortes de impostos que Trump pretende implementar, reduzindo a necessidade de endividamento público e mantendo o deficit sob controlo, de acordo com os planos da nova administração.    

Notícia atualizada às 18:55 com declarações de Trump