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"Rally" do ouro segue em força. Metal precioso perto da sexta semana consecutiva no verde
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta sexta-feira.
Juros aliviam na Zona Euro. Reino Unido corrige após escalada
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a aliviar esta sexta-feira, numa dia em que os investidores estão a apostar mais em ativos seguros, afastando-se um pouco do risco.
As Bunds alemãs a dez anos, que servem de referência para o bloco europeu, recuam 1,6 pontos base para 2,359%. Já a rendibilidade da dívida francesa, com a mesma maturidade, perde 1,5 pontos base para 3,072%.
Por cá, as "yields" das obrigações do Tesouro registam um decréscimo de 1,4 pontos base para 2,775% e a das obrigações espanholas também a dez anos deslizam 1,3 pontos para 2,972%.
Em contraciclo, as "yields" da dívida italiana aliviam 1,2 pontos para 3,432%.
Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas a dez anos recuam 1,9 pontos base para 4,465%, depois de se terem agravado 4,9 pontos na sessão de quinta-feira. O movimento aconteceu depois de o Banco de Inglaterra ter cortado as taxas de juro em 25 pontos base - algo já esperado pelos mercados -, mas ter deixado avisos sobre um fraco crescimento no curto-prazo e uma inflação em alta.
Iene atinge máximos de nove semanas. Libra corrige de perdas após corte do BoE
O iene atingiu máximos de nove semanas face ao dólar, numa altura em que o mercado está cada vez mais certo que o Japão vai começar um ciclo de aperto da política monetária já este ano. As restantes divisas encontram-se a negociar sem grandes movimentações, num dia em que o foco está nos dados da criação de empregos dos EUA.
Os economistas abordados pela Reuters antecipam que a taxa de desemprego se tenha mantido inalterada em janeiro e que a economia tenha adicionado mais 170 mil postos de trabalho no mesmo mês. Com o mercado laboral norte-americano a continuar a mostrar resiliência, espera-se que a Reserva Federal não proceda para já com cortes nas taxas de juro.
A esta hora, o dólar até está a corrigir das perdas mais recentes face à divisa nipónica, ao valorizar 0,21% para 151,73 ienes, mas mesmo assim continua a negociar perto de mínimos de nove semanas. Naoki Tamura, membro do Banco do Japão, acredita que a autoridade monetária deva aumentar as taxas para pelo menos 1% ou mais na segunda metade do ano.
Por sua vez, o euro está a negociar em alta face à "nota verde", ao crescer 0,12% para 1,0395 dólares, enquanto a libra corrige das perdas registadas na quinta-feira, depois de o Banco de Inglaterra ter cortado as taxas de juro em 25 pontos base. A esta hora, a libra ganha 0,25% para 1,2466 dólares.
Já o índice do dólar – que mede a força da moeda face às suas principais rivais – recua de forma modesta, ao cair 0,07% para 107,62 pontos, longe dos máximos de dois anos que atingiu a 13 de janeiro, nos 110,17 pontos.
"Rally" do ouro segue em força. Metal precioso perto da sexta semana consecutiva no verde
O "rally" do ouro não parece conhecer fim com a matéria-prima a encaminhar-se para a sexta semana consecutiva no verde. O metal precioso está a negociar perto de máximos históricos que têm vindo a ser renovados quase todos os dias, numa altura em que a indefinição em torno de uma possível guerra comercial entre os EUA e os seus parceiros comerciais está a fazer com que os investidores apostem em ativos-refúgio.
O ouro avança, neste momento, 0,28% para 2.864,21 dólares por onça, encaminhando-se para um saldo semanal de mais de 2%. Na quarta-feira, o metal amarelo atingiu valores recorde, ao tocar nos 2.882,16 dólares por onça.
Neste contexto, o Goldman Sachs vê o ouro a continuar numa trajetória ascendente, podendo mesmo quebrar a barreira dos 3 mil dólares ainda este ano, impulsionado pela indefinição geopolítica que se vive neste momento. No curto-prazo, os investidores vão estar atentos aos dados da criação de emprego nos EUA, que vão ser conhecidos esta sexta-feira e que podem dar pistas sobre o futuro da política monetária no país.
O ouro é considerado um ativo-refúgio em tempos de incerteza económica e geopolítica, mas também tende a beneficiar de uma política monetária mais flexível, uma vez que não rende juros. Para este ciclo de alívio monetário, os analista da ANZ, de acordo com uma nota acedida pela Reuters, preveem que a Reserva Federal norte-americana corte os juros em 100 pontos base.
Petróleo encaminha-se para a terceira semana no vermelho
O barril de petróleo até está a negociar em território positivo esta sexta-feira, mas os ganhos não estão a ser suficientes para corrigir as perdas registadas esta semana. A matéria-prima tem vindo a ser pressionada pela indefinição em torno de uma possível guerra comercial entre os EUA e os seus parceiros comerciais, bem como pelos planos de Donald Trump em aumentar a produção de crude na maior economia do mundo.
A esta hora, o West Texas Intermediate (WTI), de referência para os EUA, avança 0,55% para 71 dólares por barril, enquanto o Brent do Mar do Norte, o "benchmark" europeu, soma 0,65% para 74,77 dólares. Apesar destas valorizações, os dois índices encaminham-se para a terceira semana no vermelho, com quedas superiores a 2%.
Esta quinta-feira, a administração Trump anunciou que vai impor novas sanções a indivíduos ou empresas que ajudem a enviar milhões de barris de petróleo iraniano por ano para a China, numa medida desenhada para aumentar a pressão sobre Teerão.
"Os preços do petróleo registaram alguma estabilidade esta manhã, após uma sessão volátil durante a noite, com os comerciantes a reagirem ao anúncio de sanções por parte dos EUA", começa por explicar Yeap Jun Rong, estratega de mercados da IG, à Reuters. "No entanto, os ganhos são limitados, refletindo as preocupações persistentes com a procura desta matéria-prima, bem como um potencial aumento da produção por parte da OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) e dos EUA", acrescentou.
Europa aponta para o vermelho, após máximos históricos. Ásia sem rumo
As bolsas asiáticas encerraram a derradeira sessão da semana sem um rumo definido, num dia marcado por alguns dados económicos vindos do Japão e pela antecipação do relatório mensal da criação de empregos nos EUA. Por sua vez, as principais praças europeias apontam para uma abertura no vermelho, corrigindo dos máximos históricos alcançados na quinta-feira.
Pelo Japão, o Nikkei 225 caiu 0,57%, enquanto o Topix também encerrou em baixa, ao desvalorizar 0,42%. Isto apesar de novos dados económicos demonstrarem que o consumo privado no país está a crescer, tendo aumentado 2,7% em dezembro, quando comparado com o mesmo período de 2023 – bastante acima das expectativas da Reuters, que apontavam para um crescimento de apenas 0,2%.
O sul-coreano Kospi também terminou a sessão no vermelho, ao cair 0,68%, enquanto o indiano Nifty perdeu 0,19%, mesmo depois de o banco central do país ter procedido ao primeiro corte nas taxas de juro em quase cinco anos.
Já a China contrariou a tendência das restantes praças asiáticas, continuando a receber grande ímpeto do setor tecnológico. O Hang Seng, de Hong Kong, valorizou 0,8%, enquanto o Shanghai Composite terminou a sessão a subir 0,7%. As bolsas chinesas têm estado a beneficiar com o otimismo em torno na DeepSeek, uma plataforma de inteligência artificial (IA) que agitou o mercado com um modelo de código aberto, muito mais barato do que o dos seus pares norte-americanos.