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China cresce ao pior ritmo em quase 30 anos

As expectativas negativas confirmaram-se: o crescimento da economia chinesa desacelerou em 2018 e o PIB da segunda maior economia do mundo subiu ao ritmo mais lento dos últimos 28 anos.

Reuters
21 de Janeiro de 2019 às 07:50
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De acordo com os dados divulgados esta segunda-feira, 21 de janeiro, pelo instituto de estatísticas de Pequim, o crescimento do PIB da China abrandou de 6,5% no terceiro trimestre, para 6,4% nos últimos três meses do ano –o pior ritmo desde a crise financeira de 2009 - levando o crescimento do conjunto de 2018 a fixar-se em 6,6%.

 

Este crescimento anual - que se segue a uma subida do PIB de 6,8% em 2017 - é o mais fraco desde 1990 e aumenta os receios em torno da desaceleração global e do impacto da guerra comercial promovida pela administração Trump.

 

Os responsáveis políticos da China já prometeram mais apoios para este ano para reduzir o risco de perdas massivas de empregos, mas descartaram uma "inundação" de estímulos como aqueles de que Pequim dependeu no passado, que promoveram um crescimento acelerado, mas também estimularam o aumento da dívida.

 

"O governo tem meios para apoiar a economia. Pode aumentar os gastos em infraestrutura e reduzir o rácio de reservas dos bancos. Portanto, não precisamos de nos preocupar com os gastos de capital", disse Naoto Saito, investigador do Daiwa Institute of Research, citado pela Reuters.

 

"Mas o problema está no consumo. Enquanto os EUA e a China se confrontam em muitas frentes, o sentimento do consumidor parece ter sido prejudicado. Até agora, o sólido crescimento dos salários tem apoiado o consumo, mas agora parece haver alguma ansiedade em relação ao futuro", acrescenta.

 

Apesar do quarto trimestre, no seu conjunto, ter revelado sinais dececionantes, alguns indicadores relativos ao mês de dezembro foram melhores do que era esperado.

 

No último mês de 2018, o crescimento produção industrial acelerou inesperadamente de 5,4% para 5,7%, enquanto as vendas a retalho aceleraram ligeiramente para 8,2%. Ainda assim, o índice que mede a evolução do consumo está próximo de mínimos de 15 anos.

 

Outros dados revelados nas últimas semanas mostraram que as exportações e importações caíram inesperadamente no mês passado, enquanto as encomendas às fábricas desceram, apontando para uma nova queda na atividade nos próximos meses e mais cortes de empregos.

 

Os analistas acreditam, por isso, que o pior ainda está para vir, com o crescimento da economia a desacelerar novamente este ano para 6,3%.

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