Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

China responde aos EUA e diz que não manipulou a moeda  

A recente desvalorização do yuan foi decidida pelo mercado e não manipulada pela China, anunciou o banco centra da segunda maior economia do mundo.

Damir Sagolj /Reuters
  • 1
  • ...

O Banco Popular da China veio esta terça-feira contestar a acusação dos Estados Unidos, negando que tenha manipulado a moeda e considerando que foi o mercado a determinar a queda do yuan na sessão de segunda-feira.

 

Na sessão de ontem o banco central fixou a taxa de câmbio nos 6,9 yuans por dólar, o nível mais baixo desce dezembro de 2008, o que provocou uma queda acentuada da moeda chinesa, que recuou para mínimos de 11 anos e quebrou a barreira psicológica de 7 por 1. 

 

No final do dia o Governo dos Estados Unidos determinou que a China está a manipular a sua moeda, revelou o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, num comunicado emitido esta segunda-feira e citado pela imprensa internacional.

 

Em comunicado citado pela Bloomberg, o Banco Popular da China contesta esta posição. "A recente desvalorização do yuan foi decidida pelo mercado e não manipulada pela China", afirmou o banco central, repetindo que não irá utilizar o yuan na disputa comercial com os EUA.

 

O banco central fixou esta terça-feira o câmbio do yuan num valor mais elevado (6,9683 yuans por dólar), o que contribuiu para acalmar os mercados e levado a moeda chinesa a recuperar ligeiramente. Está a subir 0,3% para 7,0766 yuans por dólar.  

 

Além disso, o banco central chinês também anunciou que vai emitir 30 mil milhões de yuans em títulos de dívida a 14 de agosto, o que tende a valorizar a moeda.

O facto de a China ter trazido o mercado cambial para a disputa comercial com os Estados Unidos contribuiu para agravar o clima de tensão entre os dois países.  

 

Acusação abre porta a sanções

 

Ao final do dia, o Tesouro americano emitiu um comunicado onde diz ter designado a China como "manipulador cambial" e que vai envolver o Fundo Monetário Internacional (FMI) para eliminar a concorrência desleal.

 

A legislação americana determina três critérios para identificar manipulação entre os maiores parceiros comerciais: um excedente corrente significativo, um excedente comercial elevado com os EUA, e uma intervenção persistente nos mercados, explica a Reuters.

 

Depois de designar um país manipulador, o Tesouro procura ter negociações de forma a corrigir a situação, desvalorizando a moeda em causa, com penalizações, como por exemplo a exclusão dos contratos de compras governamentais dos EUA, explica a agência de informação americana.

A última vez que os EUA designaram a China como manipulador cambial, ou seja, que colocou Pequim na lista negra cambial, foi em 1994.

 

Esta designação abre portas, explica a Associated Press, a que os EUA implementam outras sanções à China.

A tensão entre os dois países tem aumentado. Depois de vários meses a negociar - e a introduzir tarifas sobre bens importados de parte a parte - os EUA anunciaram na sexta-feira que iam aplicar tarifas sobre as importações chinesas, avaliadas em 300 mil milhões de dólares. Uma decisão que provocou quedas abruptas nos mercados mundiais. 

 

Ver comentários
Saber mais China Estados Unidos EUA Banco Popular da China yuan manipulação cambial
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio