Notícia
Divisa chinesa valoriza face ao dólar, mas ainda está acima da "barreira psicológica"
A divisa chinesa, o renminbi, está a valorizar face ao dólar na sessão de hoje, mas continua acima da "barreira psicológica" de 7 yuans por um dólar.
08 de Agosto de 2019 às 08:00
A divisa chinesa está a ganhar terreno esta quinta-feira, 8 de agosto, após o banco central ter fixado uma taxa de câmbio (a partir do qual o renminbi pode variar abaixo ou acima) "mais forte" do que o esperado pelos analistas. O Banco Popular da China dá assim alguma segurança aos investidores de que quer a moeda estabilizada face ao dólar.
A divisa da China valorizou 0,3% num dia em que o banco central fixou a taxa de câmbio nos 7,0039 yuans por dólar. Apesar de esta ser a primeira vez desde 2008 que a taxa "oficialmente" fixada está acima dos 7 yuans por dólar, o valor foi mais forte do que o antecipado pelos 21 analistas (7,0156, o que permitiria ao renminbi desvalorizar mais face ao dólar) consultados pela Bloomberg.
A taxa de câmbio da moeda chinesa é fixada diariamente pelo Banco Popular da China e ganhou importância no arranque desta semana quando a taxa fixada permitiu ao renminbi cair para mínimos de 11 anos e negociar acima dos 7 yuans por dólar (quanto maior for, mais desvaloriza a divisa chinesa, ou seja são precisos mais yauns para comprar a divisa americana) - uma barreira "psicológica" para os mercados -, o que fez soar os alarmes nos mercados sobre o perigo de uma guerra cambial entre a China e os Estados Unidos.
Contudo, nos dias seguintes, o banco central chinês tomou medidas para estancar as descidas, prometendo manter a divisa estabilizada. As autoridades chinesas quererão evitar o cenário vivido em 2015 quando uma desvalorização repentina do renminbi assustou as empresas estrangeiras presentes no país, levando a uma fuga de capitais.
"A China quer evitar o pânico agora", diz Gao Qi, estratega do Scotiabank, antecipando que o banco central continue a enviar sinais ao mercado de que quer estabilizar a divisa no curto prazo. Para Andrew Tilton, analista do Goldman Sachs Group, "as autoridades irão querer ganhar mais conforto nos próximos dias e semanas para que não se intensifiquem as pressões de saída de capitais".
A dúvida agora é perceber como é que a administração norte-americana vai reagir, na prática, ao facto da divisa chinesa ter desvalorizado face ao dólar. Os EUA já classificaram a China como "manipuladora de moeda" esta semana, o que não acontecia desde 1994. Esta designação abre a porta a sanções que, conjugadas às tarifas aduaneiras sobre os bens chineses, pode contribuir para a desaceleração económica e a incerteza mundial.
A divisa da China valorizou 0,3% num dia em que o banco central fixou a taxa de câmbio nos 7,0039 yuans por dólar. Apesar de esta ser a primeira vez desde 2008 que a taxa "oficialmente" fixada está acima dos 7 yuans por dólar, o valor foi mais forte do que o antecipado pelos 21 analistas (7,0156, o que permitiria ao renminbi desvalorizar mais face ao dólar) consultados pela Bloomberg.
Contudo, nos dias seguintes, o banco central chinês tomou medidas para estancar as descidas, prometendo manter a divisa estabilizada. As autoridades chinesas quererão evitar o cenário vivido em 2015 quando uma desvalorização repentina do renminbi assustou as empresas estrangeiras presentes no país, levando a uma fuga de capitais.
"A China quer evitar o pânico agora", diz Gao Qi, estratega do Scotiabank, antecipando que o banco central continue a enviar sinais ao mercado de que quer estabilizar a divisa no curto prazo. Para Andrew Tilton, analista do Goldman Sachs Group, "as autoridades irão querer ganhar mais conforto nos próximos dias e semanas para que não se intensifiquem as pressões de saída de capitais".
A dúvida agora é perceber como é que a administração norte-americana vai reagir, na prática, ao facto da divisa chinesa ter desvalorizado face ao dólar. Os EUA já classificaram a China como "manipuladora de moeda" esta semana, o que não acontecia desde 1994. Esta designação abre a porta a sanções que, conjugadas às tarifas aduaneiras sobre os bens chineses, pode contribuir para a desaceleração económica e a incerteza mundial.