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Agora Trump ameaça cancelar acordo EUA-Cuba

Depois de ter festejado a morte de Fidel Castro, o presidente eleito dos Estados Unidos avisa Havana de que se não estiver disponível para renegociar o acordo alcançado em Dezembro de 2014 o mesmo será cancelado.

Jonathan Ernst/Reuters
28 de Novembro de 2016 às 16:23
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"Se Cuba não estiver disponível para fazer um melhor acordo para o povo cubano, as pessoas cubano-americanas e os Estados Unidos como um todo, eu vou cancelar o acordo." Este é o mais recente tweet publicado na sempre viva conta pessoal de Donald Trump na rede social Twitter.

Apesar de vaga, esta declaração parece explicar o essencial da posição do presidente eleito relativamente ao acordo EUA-Cuba, alcançado em Dezembro de 2014 e que permitiu pôr fim a cerca de meio século de relações diplomáticas cortadas.

Trump quer redefinir o acordo firmado por Barack Obama e Raúl Castro e se as autoridades cubanas não mostrarem abertura para o fazer, o futuro residente da Casa Branca vai anular o compromisso que já permitiu levantar parte do embargo norte-americano que durante anos deixou a economia cubana praticamente isolada.

Em Março deste ano, na primeira visita a Cuba em 88 anos por parte de um presidente norte-americano, Barack Obama garantiu que o embargo económico à ilha cubana iria mesmo terminar. O compromisso assinado com Castro foi considerado um dos principais feitos conseguidos nos oito anos em que Obama foi presidente.

 

 

A afirmação feita no Twitter esta segunda-feira, 28 de Novembro, não é propriamente uma novidade. Isto porque durante a campanha eleitoral, Trump já tinha feito fortes críticas ao acordo EUA-Cuba. Durante as primárias republicanas, o candidato à nomeação pelo Partido Republicano afiançou que iria "revogar" todas as medidas do acordo se "o regime dos Castro" não garantisse as "liberdades na ilha".

 

Trump fez críticas semelhantes a outro importante acordo alcançado pela administração Obama, considerando o acordo sobre o nuclear iraniano como o "pior acordo da histórica dos acordos".

 

Contudo havia a expectativa de que Donald Trump tivesse feito estas críticas imbuído do espírito eleitoral que contribuiu para a vitória nas presidenciais e que, entretanto, o presidente eleito recuasse. Fez algo parecido com as garantias de que abriria uma investigação especial contra Hillary Clinton e de que anularia o Obamacare, para depois de eleito fazer elogios tanto à candidata democrata como à reforma ao sistema de saúde feita por Obama.

 

Porém, logo no sábado Trump escreveu, também no Twitter, que "Fidel Castro está morto", uma frase que terminou com um ponto de exclamação que deixou poucas dúvidas quanto à reduzida ou nenhuma simpatia do magnata nova-iorquino face ao regime cubano.

 

Ainda no dia em que foi anunciada a morte do antigo presidente cubano, de 90 anos de idade, Trump referiu-se ao comandante revolucionário como um "brutal ditador que oprimiu o seu próprio povo durante seis décadas". "É minha esperança que o dia de hoje marque um afastamento dos horrores perpetrados durante demasiado tempo, e que Cuba siga em direcção a um futuro no qual o maravilhoso povo cubano finalmente viva na liberdade que tanto merece", afirmou Donald Trump em comunicado oficial.

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