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China: As quedas recentes foram "provocadas mais por emoções do que por fundamentais"

A China pôs um travão às ajudas aos mercados bolsistas. Defende que a economia não está assim "tão má" e que o comportamento das bolsas é emocional e não tem paralelo com a realidade económica.

25 de Agosto de 2015 às 08:30
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A economia chinesa não está assim "tão má" que justifique os comportamentos recentes nos mercados bolsistas, defende o relatório económico diário apresentado esta terça-feira, 25 de Agosto, na estação de televisão estatal e citado pela Bloomberg. E vai mais longe, garantindo que desastres como a crise financeira da Ásia e a crise do "subprime" não se vão repetir.

 

Este relatório, apesar de não ter a chancela do Governo, está a ser recebido como sendo a perspectiva do Executivo, já que é normal o Governo usar os órgãos de informação chineses para espalhar mensagens, ainda que seja através de terceiros.

 

"As quedas acentuadas das acções mundiais foram provocadas mais por emoções do que por fundamentais", defende o relatório que foi apresentado na estação de televisão. Os últimos dados económicos apontam para que a economia chinesa esteja a abrandar o ritmo de crescimento, o que tem levado a um aumento da especulação.

 

O crescimento da China terá sido de 6,6% em Julho, o que corresponde a um abrandamento face aos 7,4% registados antes, de acordo com a compilação de dados da Bloomberg. A produção industrial da China aumentou 6% em Julho, o que compara com o aumento de 9% há um ano. As vendas a retalho cresceram perto do ritmo mais lento desde 2006 e as exportações caíram 8,3% em Julho.

 

"Não devemos perder a confiança nas perspectivas de crescimento económico da China e do resto do mundo", acrescenta o mesmo relatório.

 

O Governo passou também uma mensagem clara quando deixou de implementar medidas que tivessem como objectivo sustentar o mercado bolsista. "Não é bom para a recuperação da economia voltar a pôr o foco num [programa de] alívio quantitativo do mercado de acções", adianta a mesma fonte.

 

Foi desta forma que a China se posicionou em relação ao que está a acontecer no país e que está a ter repercussões mundiais. Esta posição não evitou que a bolsa chinesa registasse hoje uma queda superior a 6%, recuando para um nível abaixo dos 3.000 pontos pela primeira vez em oito meses. Este índice está a cair há quatro sessões consecutivas e a queda desta terça-feira eleva para 21% a descida acumulada neste período. Mas distancia a actual situação do contexto que se viveu em 1994, quando a crise financeira da Ásia provocou estragos consideráveis.

 

China de regresso a 1994?

Há quem faça o paralelo entre a actual situação e a que se vivia em 1994, altura em que a China implementou uma desvalorização do yuan. E o paralelo, de acordo com economistas, está relacionado com todo o ambiente económico.

 

Em 1994 a China viu-se obrigada a desvalorizar o yuan, os receios em torno de um abrandamento da economia mundial aumentavam e temia-se que a Reserva Federal (Fed) dos EUA subisse os juros.

 

Mas os economistas, consultados pela Bloomberg explicam que as circunstâncias actuais são muito diferentes nos dois períodos. O economista Glenn Maguire explica que a desvalorização do yuan naquela altura "foi mais sintomático dos problemas" que o país enfrentava, além disso o yuan já não está tão rigidamente ligado ao dólar como estava, pelo que o impacto desta desvalorização cambial no resto do mundo é menor, adianta a mesma fonte.

 

No que toca aos EUA, em 1994 a Fed estava a subir juros de forma agressiva. Já actualmente não se prevê que o faça. Aliás, a actual conjuntura fez com que as expectativas em torno de uma subida de juros diminuíssem, salienta o Credit Suisse. 

 

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