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Hollande "confiante" na capacidade de resposta da China
O presidente francês acredita que as autoridades chinesas têm meios para superar a turbulência bolsista e controlar a desaceleração da economia.
O presidente francês, François Hollande, disse nesta terça-feira, 25 de Agosto, "confiar" na capacidade da China para "superar" a crise financeira que está a assolar os mercados accionistas, preocupados com a saúde económica do país. "Eu confio nas autoridades chinesas para superar a crise de mercado. Eles têm os meios para agir e o crescimento chinês, embora continue a diminuir, continua a revelar um nível invejável", disse perante os embaixadores franceses reunidos em Paris.
O banco central chinês voltou a cortar em 25 pontos base para 4,6% a taxa de juro a um ano aplicada aos empréstimos. Também a taxa de juro dos depósitos a um ano foi cortada em 25 pontos para 1,75%. Esta é a quinta vez que a autoridade chinesa corta os juros desde Novembro, numa tentativa de conter a travagem da segunda maior economia mundial.
Entretanto, a Lusa adianta que o Banco Popular da China decidiu também injectar 150 mil milhões de yuan (perto de 20,3 mil milhões de euros) no sistema financeiro do país, tentando assim elevar o nível de liquidez da banca chinesa.
O processo de desvalorização do yuan iniciado a 11 de Agosto, e que resultou em três cortes no valor da moeda chinesa, pretendia reanimar uma economia com crescentes sinais de abrandamento através do reforço da competitividade do sector das exportações. No entanto, esta decisão elevou o risco de saída de capitais dos bancos chineses, cuja liquidez se foi deteriorando nas últimas semanas, e gerou um movimento abrupto de vendas de activos cotados na bolsa. O índice Shanghai Composite fechou a cair 7,6% para 2.964,967 pontos, recuando assim para um nível abaixo dos 3.000 pontos pela primeira vez em oito meses. Este índice está a cair há quatro sessões consecutivas e a queda desta terça-feira eleva para 21% a descida acumulada neste período. A Bloomberg realça que esta é a queda mais pronunciada em quatro dias desde 1996.
A justificar as quedas recentes das acções chinesas estão os receios em torno do abrandamento da economia. O crescimento da China terá sido de 6,6% em Julho, o que corresponde a um abrandamento face aos anteriores 7,4%, de acordo com a compilação de dados da Bloomberg. A produção industrial chinesa aumentou 6% em Julho, o que compara com o aumento de 9% há um ano. As vendas a retalho cresceram perto do ritmo mais lento desde 2006 e as exportações caíram 8,3% em Julho.