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Abertura dos mercados: China afunda bolsas e matérias-primas e impulsiona juros da dívida na Europa

As bolsas europeias estão a registar fortes desvalorizações, depois de as acções chinesas terem registado a maior queda desde 2007. Os receios em torno da economia chinesa estão a afundar também o petróleo e a impulsionar os juros da dívida na Europa.

Reuters
24 de Agosto de 2015 às 08:39
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Os mercados em números

PSI-20 cai 4,42% para 5.054,17 pontos

Stoxx 600 desce 3,38% para 349,06 pontos

Nikkei desvalorizou 4,61% para 18.540,68 pontos

Juros da dívida portuguesa a 10 anos sobem 7,1 pontos base para 2,701%

Euro 0,45% para 1,1437 dólares

Petróleo em Londres cai 2,35% para 44,39 dólares

 

Bolsas europeias afundam mais de 3%
As bolsas europeias estão a negociar em forte queda esta segunda-feira, prolongando o pessimismo da sessão asiática. As bolsas da China registaram a maior queda desde 2007, e os índices japoneses perderam mais de 4,5%, naquela que já está a ser apelidada de "Black Monday". Uma série de dados económicos desapontantes e a desvalorização da moeda têm contribuído para aumentar os receios dos investidores em torno do abrandamento da economia chinesa.


O índice de referência para a Europa, o Stoxx600, desce 3,38% para 349,06 pontos. Na bolsa nacional, o PSI-20 cai 4,42% para 5.054,17 pontos, pressionado sobretudo pela Jerónimo Martins, que recua 4,07%, e pelo BCP, que perde 7,32%.  

Juros da dívida sobem na Europa
Os juros da dívida da generalidade dos países europeus estão a subir, num contexto de crescente aversão ao risco por parte dos investidores. Em Portugal, os juros da dívida a dez anos sobem 7,1 pontos base para 2,701%, enquanto em Espanha, no mesmo prazo, a subida é de 4,6 pontos para 2,058%.


A excepção é a Alemanha, onde os juros estão a descer, já que a dívida germânica é considerada um activo de refúgio. A ‘yield’ associada às obrigações a dez anos cai 0,6 pontos base para 0,557%.

Com a subida dos juros portugueses e a descida dos alemães, o risco de Portugal também está a subir esta segunda-feira. O prémio de risco que os investidores estão a exigir para comprar dívida portuguesa em detrimento da alemã (o chamado "spread") está a subir 8,6 pontos para 212,3 pontos, o valor mais elevado desde 9 de Julho. 


Euro sobe pela quarta sessão
A moeda única europeia está a subir face ao dólar, numa altura em que os investidores do mercado cambial já não acreditam que a Reserva Federal norte-americana vá subir os juros no próximo mês. O euro, tal como o iene, estão a beneficiar da aversão ao risco intensificada pela desvalorização da moeda chinesa.


O euro sobe 0,45% para 1,1437 dólares, depois de ter chegado a valorizar 0,99% para 1,1499 dólares, o valor mais elevado desde Fevereiro.  

Crude em Nova Iorque abaixo dos 40 dólares
O petróleo está a negociar em forte queda nos mercados internacionais, penalizado pelos receios em torno da economia chinesa, que estão a pressionar as acções, as divisas e as matérias-primas. A contribuir para a queda das cotações do petróleo está ainda a garantia do Irão de que vai aumentar a sua produção, e sinais de que a oferta nos Estados Unidos não está a abrandar.


Segundo a Bloomberg, o ministro iraniano do petróleo reiterou que o país vai aumentar a sua produção "a qualquer custo" para defender a sua quota de mercado. Nos Estados Unidos, por outro lado, o número de poços petrolíferos activos subiu pela sétima vez em oito semanas, de acordo com os dados da Baker Hughes.

O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, desce 3,09% para 39,20 dólares, o valor mais baixo desde Fevereiro de 2009, enquanto o Brent, transaccionado em Londres, cai 2,35% para 44,39 dólares, o valor mais baixo desde Março de 2009.

 

Ouro em queda
O ouro está a negociar em queda esta segunda-feira, ainda que esteja a ser poupado ao movimento de fortes perdas que está a arrastar as matérias-primas para mínimos de 1999, por ser considerado um activo mais seguro.


O metal precioso cai 0,59% para 1.153,92 dólares, depois de ter atingido os 1.168,39 dólares na passada sexta-feira, o valor mais elevado desde 7 de Julho.

Já a prata desliza 1,38% para 15,1063 dólares.

Destaques do dia 
Bolsa da China regista a maior queda desde 2007. As acções chinesas continuam a registar um desempenho negativo, tendo mesmo registado a maior queda desde 2007 esta segunda-feira. Os receios em torno de uma travagem brusca da segunda maior economia do mundo justificam o comportamento, que está a arrastar outros mercados.

Anbang tem equipa de topo em Lisboa a negociar Novo Banco. Delegação de altos responsáveis do grupo chinês só chegou a Lisboa na semana passada, uma semana depois de a Anbang ter sido escolhida para as negociações exclusivas com o Banco de Portugal. Carlos Costa quer fechar acordo até ao fim do mês.

Há cada vez menos negócios na bolsa portuguesa. A saída de empresas, mas também os escândalos, têm afastado os investidores do mercado accionista nacional. Uma situação que está a ter reflexo no montante negociado. A liquidez está cerca de um terço abaixo do valor registado no período homólogo. 

Investidores de férias, movimentos bruscos nas bolsas. Agosto é tradicionalmente um mês marcado pela fraca liquidez no mercado, devido à ausência de muitos investidores que gozam os seus períodos de férias.

Lucros do BESI caem 88% no primeiro semestre. O BESI terminou o primeiro semestre do ano com um lucro de 292 mil euros, menos 88% do que o registado em igual período do ano passado. A instituição liderada por José Maria Ricciardi reportou uma queda de 56% do produto bancário.

Governo vai usar diplomacia nos EUA contra taxa à Portucel. O Governo tem estado em contacto permanente e directo com a Portucel, que foi agora obrigada a pagar um imposto de quase 30% nas vendas para os EUA. A medida vai obrigar o grupo português a repensar mercados.

A tempestade chinesa que arrasou com as moedas dos emergentes. A desvalorização acentuada do yuan, fazendo aumentar os receios de um abrandamento da economia chinesa, está a ter uma forte repercussão nos mercados. Criou uma tempestade que está a arrasar com os mercados emergentes.

O que vai acontecer hoje

BCE. Banco Central Europeu revela dados semanais do programa de compra de activos.

INE. Inquérito à Avaliação Bancária na Habitação, em Julho. 

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