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Bolsa da China volta a descer mais de 7% (act.)
As acções chinesas continuam em forte queda, registando a descida em quatro dias mais pronunciada desde 1996. Em causa estão as preocupações em torno da economia, numa altura em que se especula que o Governo está a suspender a ajuda aos mercados bolsistas.
O índice Shaghai Composite fechou a cair 7,6% para 2.964,967 pontos, recuando assim para um nível abaixo dos 3.000 pontos pela primeira vez em oito meses. Este índice está a cair há quatro sessões consecutivas e a queda desta terça-feira eleva para 21% a descida acumulada neste período. A Bloomberg realça que esta é a queda mais pronunciada em quatro dias desde 1996.
A justificar as quedas recentes das acções chinesas estão os receios em torno do abrandamento da economia. O crescimento da China terá sido de 6,6% em Julho, o que corresponde a um abrandamento face aos 7,4% registados antes, de acordo com a compilação de dados da Bloomberg. A produção industrial da China aumentou 6% em Julho, o que compara com o aumento de 9% há um ano. As vendas a retalho cresceram perto do ritmo mais lento desde 2006 e as exportações caíram 8,3% em Julho.
Estes indicadores, aliados ao facto de se estar a especular que a China vai para parar com os planos para impulsionar o mercado de acções, estão a provocar quedas acentuadas entre os índices bolsistas mundiais. Sim, porque a China está a arrastar o resto dos mercados bolsistas.
As bolsas europeias e americanas registaram ontem perdas acentuadas. O petróleo deslizou, atingindo novos mínimos de 2009, assim como outros materiais, como o cobre e o alumínio que deslizaram para mínimos de seis anos.
No Japão, esta terça-feira, a sessão foi de grande volatilidade, com os índices a variarem entre ganhos e perdas, ainda que estejam a recuar agora mais de 3%; os futuros das bolsas dos EUA estão a subir, a recuperar da queda de ontem, os futuros das bolsas europeias também estão a registar subidas acentuadas, também a recuperarem daquela que foi a pior sessão desde 2008, ano marcado pela crise financeira que se seguiu à crise do "subprime" e à falência do Lehman Brothers.
Ainda esta terça-feira o Governo chinês, através da televisão estatal, enviou uma mensagem aos investidores: a China não vai provocar uma situação como a gerada pela crise financeira da Ásia nem pela falência do Lehman Brothers. Apesar de estar a travar os incentivos à subidas das bolsas, o Governo chinês tem capacidade de intervir, adianta a mesma fonte, citada pela Bloomberg. Contudo, a economia chinesa não está assim "tão má" que necessite de uma intervenção. Os comportamentos recentes das bolsas, defende o Governo através de um comentador, foram causados mais "por emoções do que por fundamentais", salienta o responsável através da agência de informação chinesa, Xinhua.
(Notícia actualizada com o valor de fecho da bolsa chinesa)