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Vice-presidente do Brasil diz que democracia no país está a entrar numa "nova fase"

Depois de ter cancelado a sua viagem a Lisboa, Michel Temer enviou um vídeo para o seminário luso-brasileiro onde elogia a justiça, o legislativo e a liberdade da imprensa conquistadas no país. O partido de Temer, provável sucessor de Dilma em caso de destituição da presidente, deve oficializar hoje abandono da coligação de governo.

Reuters
Negócios 29 de Março de 2016 às 18:28
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O vice-presidente do Brasil, Michel Temer, cancelou a sua vinda a Portugal mas gravou um vídeo para ser transmitido no seminário luso-brasileiro de Direito, que decorre em Lisboa, no qual elogia a liberdade de imprensa, a actuação da justiça e do poder legislativo, numa altura em que altos responsáveis do país, incluindo Lula da Silva, estão a ser investigados pela operação Lava Jato e a Câmara dos Deputados analisa o processo de "impeachment" da presidente Dilma Rousseff.


"O Judiciário hoje tem uma presença muito forte, muito significativa, que deve ser saudada por todos aqueles que se preocupam com o bom comportamento ético, político e administrativo. O Legislativo tem exercido suas funções com muita tranquilidade. Então, o que temos hoje, é a aplicação da regração jurídica. O que estamos fazendo é aplicar o Direito e, quando você aplica o Direito, você tem certa tranquilidade social", diz Temer, líder do PMDB que deverá confirmar, nesta terça-feira, 29 de Março, a decisão de abandonar a coligação de governo com o PT de Dilma e Lula. 

No vídeo de 20 minutos, divulgado pelo jornal O Globo, Temer cita as manifestações de Julho de 2013 contra o aumento das tarifas dos transportes como um momento positivo para o país. "Estes protestos que por muitos foram criticados, por mim foram saudados, porque revelaram uma nova fase da democracia no país. As pessoas passaram a exigir eficiência dos serviços públicos e privados. Passaram a exigir ética na política e um comportamento político adequado aos novos tempos e isso gera uma terceira fase da democracia, que é a democracia da eficiência. Estamos trabalhando para isso, que é um desejo hoje praticamente de todo o povo brasileiro", afirmou.

Ao falar sobre a Constituição de 1988, disse que foi esta que permitiu avanços liberais e sociais, como o fim dos monopólios estatais e a ascensão de milhares de pessoas da extrema pobreza para o primeiro degrau da classe média. A liberdade de expressão e de imprensa foram outras conquistas desse tempo, e "a adopção desses princípios do Estado liberal fizeram muito bem ao nosso país, porque descartaram qualquer possibilidade de centralização do poder e de autoritarismo", acrescentou o provável sucessor de Dilma em caso de destituição da presidente.

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