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Mais um: Dilma perde três partidos aliados em dois dias

A Presidente está cada vez mais isolada. A debandada de partidos aliados sugere que dificilmente conseguirá escapar à abertura formal, e possivelmente irreversível, do processo de destituição. Votação crucial será neste domingo.

Bloomberg
14 de Abril de 2016 às 12:38
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O primeiro a abandonar o governo e a apoiar o "impeachment" foi o PMDB, precisamente o principal aliado do Partido dos Trabalhadores (PT) de Dilma Rousseff liderado por Michel Temer, o ainda vice-presidente do Brasil e provável sucessor de Dilma caso o processo de destituição se confirme. Fê-lo em 29 de Março. No rescaldo, Lula da Silva, entrou com tudo no terreno político para tentar segurar deputados aliados, dissidentes e indecisos. Objectivo: conseguir com que neste domingo, pelo menos, um terço dos 513 deputados da Câmara vote contra ou se abstenha sobre o processo de destituição aberto por suspeitas de gestão danosa das contas públicas.

A estratégia do fundador do PT, que acossado pela operação Lava Jato apenas conseguiu ser ministro por 40 minutos, parece, no entanto, não estar a dar os resultados esperados. Em apenas dois dias, Dilma perdeu o apoio de três partidos da base aliada – que tinham membros seus no próprio governo. No início da semana foi o PP e o PRB.  O caso mais recente de "desembarque" é o do PSB.

Nesta quarta-feira à noite, o partido decidiu recomendar aos seus deputados que votem favoravelmente pelo prosseguimento do processo de "impeachment", dando-lhes, porém, liberdade de voto. De acordo com a revista Veja, dos 38 parlamentares do PSB, sete deverão contrariar a orientação oficial e votar contra.

Já o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, presidente nacional do partido, diz que só colocará o seu cargo à disposição na segunda-feira, quando considera que "terá início um novo governo" - seja de Dilma, caso a presidente vença no plenário, seja do vice-presidente Michel Temer, que só assumirá de facto a presidência quando o Senado, autorizado pela Câmara, abrir o processo de julgamento – algo que poderá acontecer em meados de Maio.

Dilma, por seu turno, afirmou ontem que se considera "carta fora do baralho" se perder a votação na Câmara neste domingo, o que significa que não acredita que uma decisão desfavorável dos deputados possa depois ser invertida pelos senadores, a quem cabe o julgamento final. A presidente atacou ainda o seu "vice", chamando Temer de "golpista" e "chefe conspirador".

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