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Vice-Presidente brasileiro cancela vinda a Portugal

Michel Temer devia estar presente no Seminário Luso-Brasileiro de Direito, que na próxima semana reuniria vários opositores de Dilma Rousseff em Lisboa, numa altura em que se discute a destituição da Presidente. Somam-se as ausências.

Reuters
24 de Março de 2016 às 15:21
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O Vice-Presidente brasileiro, Michel Temer (à esquerda na foto), cancelou esta quinta-feira, 24 de Março, a deslocação a Portugal prevista para a próxima semana, durante a qual deveria participar num encontro com vários membros da oposição ao Governo de Brasília, incluindo defensores da destituição da Presidente Dilma Rousseff.

O cancelamento é avançado pelo jornal Folha de São Paulo, que cita os assessores de Temer, segundo os quais o vice de Dilma ficará no Brasil para liderar a reunião do seu partido marcada para o mesmo dia, 29 de Março, e onde se definirá se o PMDB (aliado do Partido dos Trabalhadores no Executivo) abandona ou não o Governo de Rousseff.

O programa do evento promovido pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IBDP) na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa previa que, além de Temer, também estivessem presentes o líder do oposicionista PSDB, Aécio Neves, e do senador do mesmo partido, José Serra. Ambos são favoráveis à saída de Dilma Rousseff do Governo, numa altura em que a Presidente enfrenta um projecto de destituição no Parlamento. 

Também Gilmar Mendes (membro do Supremo Tribunal Federal e fundador do IBDP) e o presidente das Indústrias do Estado de São Paul (FIESP), Paulo Skaf, são igualmente críticos de Dilma e estavam agendados para este evento, mas Skaf também já disse que não estará no encontro.

As desistências de última hora juntam-se a ausências quase certas de Marcelo Rebelo de Sousa – o Presidente deveria fechar o evento mas será "muito difícil" que possa comparecer, segundo belém - e de Passos Coelho. Pelo Governo, Miguel Prata Roque, da Presidência do Conselho de Ministros, também não estará presente na reunião.

No fim-de-semana passado o nome de Michel Temer foi referido na imprensa brasileira como estando em contactos com a oposição a preparar o dia seguinte à saída de Dilma Rousseff, mas o próprio negou quaisques conversações nesse sentido. Já José Serra chegou a sugerir que Temer assuma o Governo nos dois anos que faltam até ao final do actual mandato e se comprometa a não se recandidatar em 2018, contando para isso com o apoio do PSDB.

Esta quarta-feira, Dilma Rousseff - que tem considerado a destituição em curso como um golpe - disse estar convencida de que terá a maioria de deputados necessária no Parlamento para vetar a passagem do processo para o Senado, neutralizando a iniciativa à partida. Noutra frente, tem de conter a desagregação do Governo, desde logo com a possível saída do PMDB. 

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