Notícia
"The Economist" defende saída de Dilma Rousseff
A publicação diz que está na hora de ir embora e que há três caminhos possíveis para sair do Palácio do Planalto. O "melhor" e "mais rápido" é que seja pelo próprio pé, defende.
Num editorial intitulado "Time to go", a revista "The Economist" junta-se aos que defendem a saída de Dilma Rousseff da Presidência brasileira. A gota de água - apesar das dúvidas sobre o seu papel enquanto "chairman" da Petrobras, da crise económica que abala o país e da escalada do desemprego, que ainda assim não punham em causa a sua legitimidade - é mesmo a nomeação de Lula da Silva para ministro da Casa Civil do Governo, defende a publicação.
"A indicação de Lula parece uma tentativa grosseira de impedir o curso da justiça. Mesmo que não fosse essa a intenção, teria esse efeito. A presidente escolheu os interesses particulares da sua tribo política em detrimento do Estado de direito. Dessa forma, mostrou-se inapta para permanecer como Presidente", afirma o editorial divulgado esta quarta-feira, 23 de Março.
O texto indica ainda três portas de saída do Palácio do Planalto: provar que Dilma obstruiu as investigações na Petrobras (segundo acusações recentes, o que daria lugar a um segundo processo de destituição); a convocação de eleições antecipadas pelo Superior Tribunal Eleitoral se se provar que a sua reeleição em 2014 foi financiada por verbas vindas de administradores da petrolífera; ou a decisão da própria Dilma de sair pelo seu pé. Esta última seria a "melhor" forma e a "mais rápida", defende a publicação.
A revista censura ainda o comportamento das autoridades judiciais na divulgação de escutas entre Lula e Dilma mas diz que isso não é razão que sustente a acusação de "golpe" denunciada por Dilma. E reserva depois grandes dificuldades a um possível Governo liderado pelo vice-Presidente Michel Temer, no caso de ser ele a suceder à Presidente, uma vez que também o seu partido (o PMDB) teve nomes de responsáveis envolvidos no escândalo da Lava-Jato.
"Aqueles que nas ruas cantam "Fora Dilma!" podem reclamar vitória caso ela saia. Mas esse seria apenas o primeiro passo para que o próprio Brasil possa ganhar", conclui o editorial.
A Presidente Dilma Rousseff viu na sexta-feira ser activada a comissão especial que, no Congresso dos Deputados, vai analisar os factos que podem vir a sustentar uma destituição da Chefe de Estado. Já esta quarta-feira Dilma mostrou-se confiante de que terá o apoio dos 172 parlamentares necessário para travar o processo.
"A indicação de Lula parece uma tentativa grosseira de impedir o curso da justiça. Mesmo que não fosse essa a intenção, teria esse efeito. A presidente escolheu os interesses particulares da sua tribo política em detrimento do Estado de direito. Dessa forma, mostrou-se inapta para permanecer como Presidente", afirma o editorial divulgado esta quarta-feira, 23 de Março.
A revista censura ainda o comportamento das autoridades judiciais na divulgação de escutas entre Lula e Dilma mas diz que isso não é razão que sustente a acusação de "golpe" denunciada por Dilma. E reserva depois grandes dificuldades a um possível Governo liderado pelo vice-Presidente Michel Temer, no caso de ser ele a suceder à Presidente, uma vez que também o seu partido (o PMDB) teve nomes de responsáveis envolvidos no escândalo da Lava-Jato.
"Aqueles que nas ruas cantam "Fora Dilma!" podem reclamar vitória caso ela saia. Mas esse seria apenas o primeiro passo para que o próprio Brasil possa ganhar", conclui o editorial.
A Presidente Dilma Rousseff viu na sexta-feira ser activada a comissão especial que, no Congresso dos Deputados, vai analisar os factos que podem vir a sustentar uma destituição da Chefe de Estado. Já esta quarta-feira Dilma mostrou-se confiante de que terá o apoio dos 172 parlamentares necessário para travar o processo.