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Dilma acredita que pode impedir destituição

Para evitar que o processo passe para o Senado, a Presidente brasileira precisará que pelo menos 172 de entre os 513 deputados votem contra a continuação do processo de "impeachment".

Reuters
23 de Março de 2016 às 16:09
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A Presidente brasileira Dilma Rousseff, que na quinta-feira passada viu ser constituída a comissão especial que vai estudar a sua destituição, está convencida de que conseguirá ter votos suficientes de deputados para travar o processo.


"A gente tem que esperar o processo acontecer. Mas eu tenho convicção de que teremos votos necessários", disse Dilma em declarações reproduzidas pela imprensa brasileira. Para tal, precisará de pelo menos 172 votos entre os 513 deputados.


Essa convicção chega a dias do maior partido aliado no Governo, o PMDB, discutir a permanência no Executivo, uma discussão que também passará por Portugal onde opositores do PSDB e o vice-Presidente brasileiro, Michel Temer, vão estar presentes numa conferência sobre justiça em Lisboa.

"Nós queremos muito que o PMDB permaneça no Governo. Tenho certeza que meus ministros têm compromisso com o governo. Vamos ver quais serão as decisões do PMDB e respeitaremos tal decisão", disse a Presidente, citada pelo jornal Estado de São Paulo.  O PMDB indica actualmente sete dos ministros do Executivo Dilma.

A Presidente voltou ainda a classificar o "impeachment" como "golpe", à semelhança do que já tinha feito esta terça-feira perante apoiantes do sector da justiça, em declarações nas quais tinha garantido também que jamais se demitirá das suas funções.

E saudou, considerando-a "importante porque estabelecer o primado da lei", a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, que ordenou ao juiz Sergio Moro a devolução ao Supremo do processo Lava Jato no que ao ex-Presidente Lula da Silva diz respeito e voltou a colocar sob sigilo as conversações entre Lula e Dilma.

Reaproximação a aliados leva à saída do ministro do Desporto

Menos de uma semana depois de mexidas no Governo – que, entre outros, determinaram a entrada ainda não efectivada de Lula da Silva como ministro da Casa Civil -, Dilma volta a fazer substituições na equipa, desta vez com a saída do actual titular da pasta do Desporto e tendo as negociações para manter o apoio político como pano de fundo.

George Hilton, que até aqui desempenhava o cargo, será substituído por Ricardo Leyser, do Partido Comunista do Brasil, depois de uma reaproximação entre Dilma Rousseff e o antigo partido de Hilton, o Partido Republicano Brasileiro (PRB).

Esta formação partidária chegou a ameaçar retirar o apoio ao Governo e, depois da reaproximação a Dilma e ao Partido dos Trabalhadores, aceitou ceder o lugar no Executivo, depois de também Hilton ter mudado de partido – para o Partido Republicano da Ordem Social – de forma a manter-se no cargo.

Em 13 anos, este será o quarto ministro comunista a ocupar a pasta. A substituição ocorre a cinco meses do início dos Jogos Olímpicos no Brasil.

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