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Guerra comercial ameaça "prejudicar economia global"
A aplicação de restrições comerciais poderá "minar a confiança e fazer descarrilar o crescimento global de forma prematura", de acordo com o FMI.
A guerra comercial é um dos riscos que o Fundo Monetário Internacional (FMI) vê pela frente para a economia de todo o globo, segundo o "World Economic Outlook" de Abril deste ano.
"As recentes restrições às importações, anunciadas pelos Estados Unidos, as anunciadas acções de retaliação pela China, e a potencial resposta por outros países, aumentam as preocupações nesta matéria e ameaçam prejudicar a actividade e o sentimento globais e domésticos", admite o FMI no relatório de Abril, publicado esta terça-feira, 17.
As tensões comerciais, com a mudança de foco para políticas proteccionistas, constam dos riscos negativos para o desenvolvimento económico na óptica da instituição.
Estas lutas podem "minar a confiança e fazer descarrilar o crescimento global de forma prematura", sublinha o comunicado do FMI.
A economia global deverá crescer 3,9% este ano, segundo as perspectivas da entidade presidida por Christine Lagarde, mas no médio prazo a tendência de crescimento é menor e, além disso, há riscos como o relacionado com o comércio.
Ainda que com oscilações diárias, a tensão geopolítica a nível comercial mantém-se: ainda ontem o presidente dos EUA, Donald Trump, criticou a China e a Rússia, acusando-os de desvalorizarem artificialmente as suas moedas.
Depois da imposição de tarifas por Donald Trump, a China retaliou com uma lista de produtos a que iria impor custos adicionais. Além disso, países como a Coreia do Sul e a Rússia também anunciaram respostas às tarifas americanas.
"Fomentar a cooperação. Deverão assumir prioridade a manutenção do momento de reforma financeira e regulatória e a preservação de um sistema comercial aberto e multilateral". Esta é uma das mensagens deixadas pelo FMI para que a economia global se proteja dos riscos.
Apesar da guerra comercial, segundo o novo "Outlook" do FMI, os Estados Unidos marcam um crescimento do produto interno bruto de 2,9% em 2018 e de 2,7% no próximo ano, duas décimas acima, nos dois casos, em relação às projecções de Janeiro.