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FMI menos optimista em relação à América Latina, Médio Oriente e África Subsariana
As economias de regiões como a América Latina e o Médio Oriente continuam dependentes de "commodities". A diversificação tem de continuar, avisa o FMI. O crescimento do globo em 2018 e em 2019 será de 3,9%.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) tem algumas preocupações com as perspectivas no médio prazo para regiões como a América Latina, onde diversas empresas portuguesas estão presentes.
"As perspectivas continuam favoráveis na Ásia emergente e na Europa, mas são desafiantes na América Latina, Médio Oriente e África Subsariana", diz o FMI no seu "World Economic Outlook", publicado esta terça-feira, 17 de Abril.
Segundo a autoridade dirigida por Christine Lagarde (na foto), estas economias, embora tenham verificado "alguma recuperação", têm um caminho a percorrer. Isto porque as economias dependentes das exportações de "commodities", como matérias-primas, "necessitam de apostar mais na diversificação económica" e devem, por isso, ajustar-se a preços mais baixos daqueles produtos.
"Prevê-se que mais do que um quarto dos mercados emergentes e economias em desenvolvimento cresça menos do que as economias avançadas, em per capita, ao longo dos próximos cinco anos", avisa o FMI.
Zona Euro e EUA crescem mais
A economia global cresce o mesmo face ao avançado em Janeiro, mas as economias avançadas expandem-se a um ritmo mais elevado do que o projectado.
Na Zona Euro, a nova taxa de crescimento previsto para o presente ano é de 2,4%, acima dos 2,2% anteriores. Portugal cresce exactamente também 2,4%.
Os Estados Unidos, por exemplo, marcam um crescimento do produto interno bruto de 2,9% em 2018 e de 2,7% no próximo ano, duas décimas acima, nos dois casos, em relação às projecções de Janeiro.
Crescimento com riscos
O FMI tem vindo a elevar as suas perspectivas de crescimento e mantém a estimativa de expansão de 3,9% em 2018 e 2019 (em Janeiro tinha elevado em alta estas previsões em duas décimas), mas tem também deixado alertas sobre o crescimento económico. Isto porque, por exemplo, sentir-se-ão os efeitos da normalização da política monetária, da perda de força da reforma fiscal dos Estados Unidos e do abrandamento da China.
A entidade sediada em Washington propõe, por isso, várias medidas para limitar estes impactos, como o investimento nas "reformas estruturais" e em "políticas orçamentais" que fomentem a produtividade e a inclusão. Além disso, o FMI sublinha que têm de se constituir almofadas para momentos de crise.
Numa altura em que se teme uma guerra comercial, há uma mensagem da entidade para o mundo: "Fomentar a cooperação. Deverão assumir prioridade a manutenção do momento de reforma financeira e regulatória e a preservação de um sistema comercial aberto e multilateral".
(notícia actualizada às 14:45 com mais informações)