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Lagarde aplaude reforma fiscal de Trump
A directora-geral do FMI elogiou esta quinta-feira a reforma fiscal levada a cabo pela Casa Branca. Christine Lagarde alertou ainda para as ameaças que enfrenta a economia mundial apesar do bom momento que atravessa.
Questionada sobre se via alguma coisa positiva alcançada por Donald Trump desde que tomou posse como presidente dos EUA, Lagarde destacou a reforma fiscal, que baixou a taxa de imposto para as empresas de 35% para 21%.
"Estamos satisfeitos por ver a reforma do imposto sobre as empresas (IRC) que pedíamos que fosse levada a cabo", referiu a ex-ministra das Finanças francesa na conferência de imprensa que decorreu em Washington.
Lagarde sublinhou a importância de os EUA aproveitarem o impulso dado pela reforma fiscal para reduzirem o défice e o endividamento.
Esta semana, o FMI reviu em alta as perspectivas de crescimento dos EUA para 2,9% este ano e para 2,7% em 2019, reflectindo o impacto da reforma fiscal.
Contudo, o economista-chefe do Fundo, Maurice Obstfeld, alertou que a descida nos impostos agravará o défice em 150 mil milhões de dólares (121,4 mil milhões de euros) e que a aplicação de tarifas sobre as importações de aço e alumínio terão um reduzido impacto no défice de conta corrente.
Economia em bom momento mas há nuvens negras no horizonte
Lagarde assinalou que, apesar das boas perspectivas para a economia mundial, "estão a acumular-se nuvens negras no horizonte".
A responsável máxima do FMI destacou três grandes riscos: o excessivo endividamento, as crescentes vulnerabilidades financeiras e as ameaças à cooperação internacional.
Citando os dados do Fiscal Monitor, publicado ontem pelo Fundo, Lagarde alertou que a dívida global se situa em 164 biliões de dólares, o que corresponde a 225% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, dois terços da qual corresponde ao sector privado.
A directora do FMI considerou que o impacto das tensões comerciais sobre o crescimento "não é substancial" em termos do PIB, mas alertou que o efeito sobre a perda de confiança poderá ser maior e mais difícil de medir.
Assim, Lagarde recomendou às autoridades nacionais que acelerem as reformas estruturais, aproveitando a conjuntura favorável, e instou os vários países a "afastarem-se de qualquer forma de proteccionismo".