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EUA prolongam por um mês isenção de tarifas para aliados

Os Estados Unidos prolongaram por um mês a isenção das tarifas sobre importações de aço e alumínio da União Europeia, México e Canadá. A Comissão Europeia avisa que não negoceia sob ameaça.

EPA/Lusa
01 de Maio de 2018 às 09:41
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A Casa Branca anunciou o adiamento por 30 dias da imposição das novas tarifas sobre as importações de aço e alumínio para os países da União Europeia (UE), México e Canadá.

"A administração estendeu as negociações com o Canadá, o México e a UE por mais 30 dias. Em todas as negociações, o governo concentra-se em cotas que restrinjam as importações e protejam a segurança nacional", lê-se no comunicado divulgado segunda-feira, 30 de Abril.

Na semana passada, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, Emmanuel Macron deslocaram-se a Washington com o objectivo de tentar convencer Trump a tornar permanente a excepção da UE na aplicação das tarifas alfandegárias, de 25% para as importações de aço e de 10% para as de alumínio.

Os Estados Unidos decidiram manter a isenção provisória até ao próximo dia 01 de junho.
De acordo com o comunicado divulgado, a Argentina, o Brasil e a Austrália estão isentos por tempo indefinido. Já a Coreia do Sul está isenta permanentemente, após ter chegado a um acordo definitivo com Washington.

O governo dos Estados Unidos anunciou que o acordo com a Coreia do Sul "é final" e que os acordos com a Argentina, Brasil e Austrália são "princípios de concordância", cujos pormenores serão anunciados em breve.

A administração norte-americana anunciou, em Março, a aplicação de taxas alfandegárias de 25% sobre as importações de aço e de 10% sobre as de alumínio.

Bruxelas avisa que não negoceia sob ameaça

A Comissão Europeia "tomou nota" da decisão do Governo norte-americano e avisou que a União Europeia "não negociará sob ameaça."

"A decisão dos EUA prolonga a incerteza dos mercados, que já está a afectar as decisões das empresas", criticou o executivo da comunidade europeia em comunicado divulgado esta terça-feira.

A comissão defende que os seus Estados membros devem gozar de uma isenção "total e permanente", uma vez que as medidas que a administração dos EUA ameaça aplicar "não podem ser justificadas com base na identidade nacional".

Neste contexto, a Comissão recordou que "o excesso de capacidade nos sectores do aço e do alumínio não é originário da União Europeia (UE)", mas "pelo contrário, a UE comprometeu-se nos últimos meses, a todos os níveis possíveis com os EUA e outros parceiros, a encontrar uma solução nesta matéria."

Bruxelas também enfatizou que "continuamente" a União tem mostrado abertura para abordar todas as questões sobre o acesso ao mercado de interesse de ambas as partes, mas também deixou claro que, como parceiro e amigo dos Estados Unidos, "não vai negociar sob ameaça".

"Qualquer futuro programa de trabalho transatlântico deve ser equilibrado e mutuamente benéfico", acrescentou naquele comunicado.

O executivo acrescenta que a Comissária Europeia do Comércio, Cecilia Malmstrom, esteve em contacto nas últimas semanas com o Secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, e com o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, e que esses contactos "vão continuar".
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