Detroit tornou-se na maior cidade dos Estados Unidos a recorrer ao código de falências de municípios. A cidade pediu protecção contra credores, num processo idêntico ao feito por empresas. O “berço da indústria automóvel americana” bateu num novo fundo, escreve a agência Reuters.

A cidade fez uma lista de activos e de dívida num documento entregue ao abrigo do capítulo 9 do código de falências norte-americano, segundo conta a agência Bloomberg. As empresas costumam seguir esse procedimento, mas ao abrigo do capítulo 11.

Numa carta, citada pela Reuters, o governador do Estado de Michigan, Rick Snyder, conta que aprovou o pedido do gestor de emergência de Detroit para recorrer a este artigo do código das falências. “É óbvio que a situação de emergência financeira em Detroit não pode ser respondida de uma forma bem sucedida sem ser através deste pedido. É a única alternativa razoável disponível”, diz Snyder no documento.

Perda de população, corrupção, gestão danosa e perdas de receitas fiscais. As agências internacionais apontam para estes elementos como os principais motivos para a situação de elevado endividamento a que chegou a cidade. “Sem uma reestruturação significativa da dívida, a cidade não será capaz de quebrar o ciclo de cortes prejudiciais em serviços e investimentos municipais que são essenciais”, afirma o gestor de emergência de Detroit, Kevyn Orr, no pedido feito esta quinta-feira.

Orr tinha ameaçado que se as negociações com os credores chegassem a um impasse acabaria por solicitar o recurso a este capitulo do código – o que acabou por ocorrer.

Segundo a Bloomberg, Detroit segue-se a Jefferson County, San Bernardino e Stockton a pedir a protecção contra credores.