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MP investiga crimes de burla, abuso de confiança, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e fraude fiscal no universo Espírito Santo
A Procuradoria-Geral da República revela que no âmbito das investigações ao universo Espírito Santo foram realizadas esta quinta-feira 34 buscas domiciliárias, uma a um advogado e seis a entidades relacionadas com o exercício da actividade financeira.
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Nas investigações ao universo Espírito Santo, dirigidas pelo Ministério Público, "estão em causa suspeitas dos crimes de burla qualificada, abuso de confiança, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e fraude fiscal", revela um comunicado da Procuradoria-Geral da República.
O Ministério Público realizou esta quinta-feira, 27 de Novembro, diversas diligências, entre elas "34 buscas domiciliárias, uma a advogado e seis a entidades relacionadas com o exercício da actividade financeira".
"Participam nas buscas catorze magistrados do Ministério Público, do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) e do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, dois peritos deste departamento e duas centenas de elementos da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da Polícia Judiciária (PJ) e da Autoridade Tributária (AT), entidades que coadjuvam o Ministério Público", refere o mesmo comunicado, acrescentando que o Ministério Público conta ainda com a colaboração do Banco de Portugal e da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários.
O processo que envolve o universo Espírito Santo decorre no Departamento Central de Investigação e Acção Penal e foi instaurado após uma participação do Banco de Portugal. O juiz Carlos Alexandre está a acompanhar as buscas na sede do BES em Lisboa.
O Negócios apurou que as buscas ao universo Espírito Santo visam actos de gestão do BES. Um dos actos visados é o rasto das obrigações emitidas pelo Banco Espírito Santo.
A investigação quer saber como foi feita a colocação e quem ficou com as mais-valias, tentando identificar o percurso do dinheiro envolvido na emissão de títulos de dívida do BES.
A colocação destas obrigações tem suscitado, aliás, várias notícias e na comissão de inquérito parlamentar já se abordou o assunto. O próprio presidente da CMVM, Carlos Tavares, admitiu no Parlamento que a história é complicada e difícil de explicar.
(Notícia actualizada às 16h48)