Notícia
Ex-presidente da Nissan detido novamente por suspeita de desvio de cinco milhões de dólares
Carlos Ghosn, ex-presidente da Nissan Motor, foi detido novamente por outra acusação contra si apresentada pelo Ministério Público de Tóquio, anunciou a televisão estatal japonesa NHR.
A NHK transmitiu imagens de uma carrinha a entrar no edifício do procurador de Tóquio, por volta das 07:00 de quinta-feira (22:00 de quarta-feira em Lisboa), na qual supostamente estava Ghosn, de acordo com a televisão pública.
A prisão foi confirmada por fontes da acusação a outros meios de comunicação locais.
De acordo com o jornal financeiro Nikkei, foi o próprio Ghosn que se prontificou a ir ao gabinete do procurador, onde foi detido.
De acordo com versões das últimas horas, a nova acusação está ligada a uma série de fundos transferidos pela presidência da Nissan e Renault, que era liderada por Ghosn, para um distribuidor baseado em Omã.
Alguns desses fundos, de acordo com a imprensa japonesa e francesa, estavam destinados à compra de um iate e a cobrir os empréstimos pessoais de Ghosn.
Isso levou a que o MP levantasse um novo processo judicial contra Carlos Ghosn por abuso de confiança agravado, que se juntaria a outras três acusações formais, uma delas por ter escondido das autoridades as compensações milionárias acordadas com a Nissan Motor.
O Ministério Público de Tóquio informou depois que a detenção do ex-presidente da Nissan justifica-se pela suspeita de que Carlos Ghosn desviou cinco milhões de dólares (4,4 milhões de euros). Os procuradores do MP adiantaram que o dinheiro terá sido desviado de uma subsidiária da Nissan para uma concessionária fora do Japão.
O comunicado divulgado hoje não mencionou Omã, mas uma investigação anterior da parceira francesa da Nissan Motor Co., da Renault, centrou-se em pagamentos realizados a uma concessionária naquele país, sendo que se suspeita que parte do dinheiro foi canalizado para uso pessoal de Ghosn.
Ghosn foi preso pela primeira vez a 19 de novembro e foi libertado sob fiança, a 6 de março.
Segundo a NHK, é muito raro no Japão que uma pessoa seja detida novamente depois de ser libertada sob fiança.
Os novos passos da acusação são conhecidos depois de Ghosn ter anunciado que a 11 de abril iria dar a sua primeira conferência de imprensa depois de ter sido libertado sob fiança.