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Os números do Panama Papers
Os documentos secretos que permitiram expor um mega esquema de evasão fiscal remontam a 1977 e implicam cerca de 214 mil entidades "offshore" ligadas a pessoas em mais de 200 países e territórios.
O Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla inglesa) expôs, este domingo, um esquema global de ocultação de património e dinheiro por parte de líderes mundiais, figuras públicas, antigos e actuais chefes de Estado, através de entidades "offshore".
A fuga teve origem no Panamá, a partir de uma discreta sociedade de advogados chamada Mossack Fonseca, que rejeita responsabilidade pelos crimes dos seus clientes.
Eis os números do Panama Papers:
- Os documentos secretos incluem 11,5 milhões de registos, com datas entre 1977 e 2015. Contêm detalhes sobre mais de 214 mil entidades "offshore" ligadas a pessoas em mais de 200 países e territórios.
- Revelam o envolvimento de 140 políticos e autoridades públicas em esquemas montados em paraísos fiscais – incluindo 12 antigos e actuais líderes mundiais. Entre eles estão o primeiro-ministro da Islândia, os primeiros-ministros da Islândia e Paquistão, o presidente da Ucrânia e o rei da Arábia Saudita.
- Os ficheiros documentam cerca de dois mil milhões de dólares em transacções feitas através de bancos e empresas sombra por associados do presidente russo, Vladimir Putin.
- Incluem os nomes de, pelo menos, 33 pessoas e empresas que constam na lista negra do governo dos EUA devido ao seu envolvimento em negócios com os barões da droga mexicanos, organizações terroristas como o Hezbollah ou países como a Coreia do Norte e o Irão.
- Mostram como os grandes bancos têm impulsionado a criação de empresas de difícil rastreio em paraísos "offshore". Mais de 500 bancos, e respectivas subsidiárias e filiais – incluindo o HSBC, UBS e Société Générale - criaram mais de 15 mil empresas "offshore" para os seus clientes através da Mossack Fonseca.