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OE prevê queda do petróleo e do euro contra o dólar e escalada da Euribor

As previsões constam do relatório do Orçamento do Estado para o próximo ano.

Governo assegura que proprietários não serão prejudicados.
João Cortesão
10 de Outubro de 2022 às 14:48
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O Governo antecipa que o barril de petróleo caia para os 78 dólares por barril no próximo ano, que o euro establize em um dólar, mantendo-se assim em paridade com a nota verde. O Executivo antecipa ainda que a Euribor a três meses escale de 0,5% este ano para 2,9% para 2023. 

"De acordo com as expetativas implícitas nos mercados de futuros, o preço do petróleo deverá abrandar em 2023, para 78 dólares por barril, comparado com valores previstos de 98 dólares por barril em 2022", pode ler-se no relatório do OE2023.

O Executivo admite ainda que poderá ainda acrescer "uma tendência de apreciação do dólar norte-americano face ao euro". "Em relação ao preço em dólares das matérias-primas não energéticas, o BCE prevê uma quebra em torno de 10% em 2023 (aumento previsto de 7% em 2022)", acrescenta o documento.

 

Desde o início do ano, tanto o petróleo Brent, negociado em Londres, como o West Texas Intermediate (WTI) – referência para os EUA – registaram uma subida na ordem dos 20%. O ouro negro, que já vinha sendo impulsionado pela disrupção da procura no contexto pós-pandemia, viu o "rally" ser reforçado pela guerra na Ucrânia.

 

Entretanto, do outro lado da balança, a corrida do petróleo começou a ser aliviada pelas políticas monetárias restritivas dos bancos centrais, que provocaram o temor sobre uma recessão, afetando diretamente a procura, a par dos novos confinamentos na China que reduziram a procura do maior importador de ouro negro do mundo, a China.

 

Quanto ao par euro e dólar, o Governo estima que haja uma queda da média anual de 2022 para 2023. Se para este ano, segundo o relatório, a média da moeda única contra a nota verde deve fixar-se em 1,05 dólares, para o próximo ano o Ministério liderado por Fernando Medina aponta para que o euro caia para 1,00 dólares mantendo assim a paridade com o dólar.

 

Desde o início do ano, a moeda única desvalorizou 14,55% face à nota verde, tendo no passado dia 13 de julho alcançado a paridade unitária com o dólar, pela primeira vez em 20 anos. Esta queda sido agravada pela diferença de velocidades entre a Reserva Federal norte-americana (Fed) e o Banco Central Europeu (BCE) na tomada de decisão da subida das taxas de juro e pela crise energética provocada pela guerra na Ucrânia.

 

Já face à Euribor, o Governo projeta, tendo por base o mercado de futuros, "que as taxas de juro de curto prazo da área do euro [Euribor a três meses" deverão subir para 2,9%, em média, em 2023", uma subida face aos 0,5% estimados como média para este ano.


As Euribor têm estado a subir em todas as maturidades, acompanhando o aumento dos juros pelo Banco Central Europeu (BCE). Em setembro subiu as três taxas de juro diretoras em 75 pontos base, no segundo aumento consecutivo deste ano.

A taxa a seis meses, a mais usada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno positivo no início de junho, está atualmente nos 1,962%, tendo chegado mesmo no mês passado a tocar os 1,858%, um máximo de 13 anos. Já as taxas interbancárias a três e doze meses estão em máximos de janeiro de 2012 e janeiro de 2009, respetivamente.

 A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses, enquanto no prazo a três meses esteve negativa durante sete anos e dois meses. Já a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril.

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