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Montenegro acusa de hipocrisia e "sonsice" quem pede propostas ao PSD

No dia em que arrancam as jornadas parlamentares do PSD, em Coimbra, o líder parlamentar social-democrata diz ser ainda "prematuro" fechar já a estratégia orçamental do partido.

Miguel Baltazar/Negócios
12 de Setembro de 2016 às 07:26
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O líder parlamentar do PSD acusou este domingo, 11 de Setembro, de "sonsice" e hipocrisia quem pede aos sociais-democratas que apresentem propostas para o Orçamento do Estado, desafiando o PS a dizer se aceita incluir no documento as preocupações económico-financeiras do partido.

 

No dia em que arrancam as jornadas parlamentares do PSD, em Coimbra, Luís Montenegro diz ser ainda "prematuro" fechar já a estratégia orçamental do partido, que no anterior Orçamento optou por não apresentar quaisquer propostas alternativas, mas fez questão de lembrar que a base da política económica e financeira do actual Governo é "a antítese" das ideias do PSD nesta matéria.

 

"Chega a ser um bocadinho hipócrita, chega a haver alguma sonsice que aqueles que criticam de alto a baixo as propostas do PSD agora parecem estar à espera que o PSD vá alterar o que quer que seja no OE", afirmou Montenegro, em declarações aos jornalistas.

 

Para o líder parlamentar social-democrata, "a questão pode ser posta ao contrário", desafiando o PS a dizer se vai aceitar algumas das orientações do PSD: "O PS vai deixar de fazer reversões? Vai baixar o IRC como se tinha comprometido connosco? Vai deixar de centrar a carga fiscal nos impostos sobre os combustíveis? Vai reintroduzir o quociente familiar?".

 

"É o próprio primeiro-ministro quem se esforça praticamente todos os dias por assinalar essas diferenças, quer na prática, com as reversões que tem feito, quer com a crítica acirrada às propostas do PSD", alertou, reiterando que "este é o tempo de o Governo e dos partidos que o apoiam apresentarem a sua proposta" orçamental na Assembleia da República.

 

O líder parlamentar do PSD contrariou ainda a ideia de que uma eventual não apresentação de propostas na discussão do OE desvalorize a participação do partido neste processo, sublinhando que, no último debate orçamental, mesmo sem propostas, "o PSD foi o partido que fez mais intervenções".

 

Se em matéria de OE não deverão sair propostas das jornadas do PSD, o líder parlamentar promete, contudo, iniciativas concretas em matérias como educação, arrendamento, investimento ou política florestal.

 

"Tentaremos aprofundar o que têm sido os efeitos da falta de investimento que é hoje talvez o elemento indicador económico mais prejudicial", disse.

 

Nas jornadas participarão dois ex-ministros de Governos socialistas, Luís Amado e Daniel Bessa, presenças que Luís Montenegro justifica com o mérito desses antigos governantes e a necessidade de ouvir também ideias políticas que podem ser diferentes das do PSD.

 

"O nosso objectivo é ir à sociedade buscar os melhores e às vezes dentro dos melhores também há pessoas dos outros partidos", referiu.

 

O socialista Luís Amado, antigo ministro da Defesa e dos Negócios Estrangeiros dos Governos liderados por José Sócrates, será o orador num jantar-conferência sobre "Os desafios da Europa", hoje à noite.

 

Já o antigo ministro da Economia de António Guterres Daniel Bessa integrará um painel, na terça-feira de manhã, sobre "Desenvolvimento Económico e Atracção do Investimento".

 

As jornadas parlamentares do PSD arrancam hoje de manhã, com uma visita ao agrupamento de Escolas Infante D. Pedro, em Penela (Coimbra), estando a sessão de abertura marcada para as 15:00, com intervenções do presidente do grupo parlamentar do PSD, Luís Montenegro, e do presidente da Comissão Política Distrital de Coimbra, Maurício Marques.

 

O primeiro painel do dia será dedicado à educação e, o segundo, à coesão territorial, com o encerramento das jornadas marcado para terça-feira à hora de almoço, com a intervenção do presidente do partido, Pedro Passos Coelho.

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