O Governo não espera qualquer impacto do BES nem na actividade económica, nem no Orçamento do Estado de 2015. Essa foi a justificação dada pela ministras Finanças para a não referência à situação no BES no Orçamento do Estado do próximo ano. Maria Luís Albuquerque respondia a João Galamba, do PS, que tratou a ausência do tema no documento como um "apagão".

"Há um apagão neste OE: o impacto no BES", afirmou o deputado socialista questionando sobre os efeitos na economia e no Orçamento da crise no BES. Pelos vistos "não tem grande relevância para o Governo. O facto de preocupar toda a gente excepto o Governo é em si um sinal de preocupação", afirmou o deputado.

Maria Luís Albuquerque diz ver razão para referir ou avaliar riscos associados ao BES no próximo ano: "Não percebo que impactos é que poderia esperar em 2015", respondeu, parecendo afastar a possibilidade da evolução da situação no Novo Banco poder prejudicar as contas públicas do próximo ano ou ter um impacto negativo na economia. O Orçamento também é omisso quanto a possíveis impactos em 2014.

Se o Novo Banco não for alienado este ano haverá um impacto desconhecido no défice orçamental em anos futuros quando se concretizar. O Banco de Portugal e entidades independentes como a Universidade Católica admitem impactos negativos este ano no PIB da crise no banco.