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CDS considera provável votar contra orçamento que esquece a iniciativa privada

Depois de conhecer as linhas gerais com que o Governo está a desenhar o Orçamento do Estado para 2021, Cecília Meireles nota que o CDS só decidirá o sentido de voto depois de conhecer o documento. No entanto, a deputada centrista não antecipa “nenhuma boa surpresa” num orçamento que esquece a iniciativa privada e que coloca o Estado como “motor da economia”.

Bruno Simão
06 de Outubro de 2020 às 12:37
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Mesmo sem revelar o sentido de voto no Orçamento do Estado para 2021, até porque não conhece ainda o documento final, tudo aponta para que o CDS vote contra. Foi esta a ideia principal resultante da reunião que o Governo teve esta manhã com os deputados Cecília Meireles e Telmo Correia para lhes dar a conhecer as linhas gerais do orçamento que será entregue a 12 de outubro, no Parlamento.

"O Governo escolheu negociar este orçamento com os partidos à sua esquerda", começou por apontar Cecília Meireles depois do encontro com João Leão, ministro das Finanças, e Duarte Cordeiro, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares.

"Um orçamento que dá muito menos importância à iniciativa privada do que à Função Pública e ao investimento público e que acha que o motor da economia é o Estado", prosseguiu a deputada centrista que lamenta o esquecimento das empresas numa "economia ainda muito incerta".

A deputada defende que "para salvaguardar postos de trabalho é preciso que as empresas sobrevivam" para depois criticar a opção do Executivo centrar a sua política de apoio ao tecido empresarial nas linhas de crédito.

"A política das linhas de crédito resolve o problema de algumas empresas mas que no futuro se vai transformar num monumental problema", avisou.

Assim, e ainda que não confirme desde já o voto contra, Meireles salienta que, "naturalmente, o CDS representa uma alternativa a este Governo e a este orçamento". "Não prevejo nenhuma boa surpresa do lado do orçamento", acrescentou.

No entender de Cecília Meireles este orçamento "não dá resposta" a diversos problemas estruturais da economia portuguesa, limitando-se a incluir medidas financiadas por dinheiro europeu mas que não permitirão resolver os problemas de fundo do país.

A deputada aproveitou ainda para abordar o tema do aproveitamento dos fundos comunitários e notar que nesta fase "o mais importante é perceber" se serão utilizados para "fazermos reformas a sério ou para gastar dinheiro, distribuir dinheiro e, ao fim de três ou quatro anos, termos perdido a oportunidade de dar a volta".

(Notícia atualizada)
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