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Sapin: Aliviar dívida grega sim, perdoar não

Horas antes de receber o seu homólogo grego em Paris, o ministro francês das Finanças repetiu a que tem sido a mensagem do Eurogrupo.

Bloomberg
Negócios 01 de Fevereiro de 2015 às 15:58
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A Grécia "não tem futuro fora do euro", mas é "legítimo" o país querer discutir formas de reduzir o peso da sua dívida. Já perdoar empréstimos está fora de questão porque significaria cometer uma "aberração" com os contribuintes dos demais países europeus, advertiu o ministro das Finanças francês. Michel Sapin recebe este domingo o seu homólogo grego Yannis Varoufakis em Paris às 17h00 locais, menos uma hora em Lisboa.

 

Em entrevista ao Canal Plus, citada pela Reuters, Michel Sapin lembrou que os franceses garantiram 42 mil milhões de empréstimos ao Estado grego. "Eles podem dizer que vão cancelar, e nós vamos cancelar? Não". "Podemos discutir, podemos adiar, podemos aliviar, mas não vamos cancelar dívida", sublinhou. 

 

"Se um governo diz 'queremos ficar no euro', está certo. Não há futuro para a Grécia fora do euro", considerou ainda. 

 

Já na quinta-feira, Sapin havia qualificado de "aberração" a pretensão de Atenas de obter um perdão da dívida que tem para com os outros Estados europeus.  Quanto a discutir formas de aliviar o seu pagamento, o ministro francês mostrou abertura, tal como na segunda-feira expressaram os ministros das Finanças do euro, na reunião do Eurogrupo que teve lugar em Bruxelas.

 

Isso dependerá, porém, de o novo Governo manter a Grécia no caminho das reformas e do equilíbrio orçamental. Os números oficiais finais só serão conhecidos no fim de Fevereiro, mas Atenas prometia fechar o ano de 2014 com um excedente primário (sem juros da dívida) de 1,8% do PIB.

 

No fim de Fevereiro, termina também o programa da troika. Da parte europeia, há sete mil milhões de euros ainda por transferir dos mais de 200 mil milhões de empréstimos acordados, mas o ministro grego das Finanças sinalizou que prescindirá desse dinheiro e disse que não negociará mais com a troika (missão que junta representantes da Comissão europeia, BCE e FMI), o que foi entendido como um sinal de que Atenas se preparava para não pagar a dívida grega que está em mãos do BCE e que chega à maturidade em Março, uma vez que o Governo grego não disporá de fundos minimamente suficientes para a ressarcir.

 

Nesse cenário, e se a Grécia não estiver sob um programa de assistência, o país entraria em incumprimento, e o BCE não poderia mais fornecer liquidez aos bancos gregos (fora da linha limitada de emergência, chamada de ELA), que têm como accionista um Estado com rating "lixo".

 

Entretanto, o primeiro-ministro Alexis Tsipras já veio pôr água na fervura, garantindo que é intenção de Atenas pagar aos seus credores e que negociará quer com as instituições da UE quer com o FMI, que integram a troika.

 

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