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Passos Coelho: "Não estarei do lado de nenhuma conferência para perdoar dívida"

Passos Coelho disse esta manhã no Parlamento que não concorda com a reestruturação da dívida Grega e que não estará do lado de nenhuma conferência europeia para discutir o tema, como pretende fazer o novo Governo grego, liderado pelo Syriza.

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30 de Janeiro de 2015 às 11:32
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"É importante para todos que a Grécia possa respeitar os seus compromissos e respeitar as regras como toda a gente", disse esta manhã Pedro Passos Coelho no Parlamento. O primeiro-ministro, que está no habitual debate quinzenal, centrou a sua intervenção inicial em temas como a execução orçamental de 2014 e os últimos números do desemprego, mas foi de imediato confrontado com a situação na Grécia, que tem dominado a última semana, depois da vitória do Syriza no passado domingo.

 

Ferro Rodrigues, do PS, abriu as hostilidades sublinhando que "o vento começa a soprar de forma contrária e [o primeiro-ministro] não faz uma única referência ao que se passou na União Europeia nas últimas semanas".

 

De seguida, Jerónimo de Sousa, do PCP, voltou à carga, fazendo o paralelismo com Portugal: "Insiste em classificar de conto de crianças uma proposta de renegociação da dívida que pode libertar Portugal do garrote a que hoje está sujeito".

 

"A minha missão aqui não é fazer comentários, a minha missão aqui é falar da situação de

Espero bem que a Grécia consiga resolver os seus problemas e encontrar o seu caminho de sucesso. Mas sabemos que o respeito que devemos ao governo Grego, este deve aos outros. Não há governos de primeira, de segunda ou de terceira.
 
Pedro Passos Coelho

Portugal. Embora haja quem fale mais da Europa do que de Portugal", responderia Passos Coelho, que acabou, no entanto, por não fugir ao tema da Grécia e foi directo na resposta: "Com a reestruturação da dívida, eu não concordo."

 

O primeiro-ministro salientou que, na sua opinião, "um tal processo também não seria uma vantagem para Portugal". "Espero bem que a Grécia consiga resolver os seus problemas e encontrar o seu caminho de sucesso. Mas sabemos que o respeito que devemos ao governo Grego, este deve aos outros. Não há governos de primeira, de segunda ou de terceira. Dentro da União Europeia, todos temos de ser respeitados. As opções que cada um segue devem ser esclarecidas. E espero que na Grécia o sejam" concluiu.

 

Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, questionou directamente: "Abre-se uma porta nova na Europa. Há uma viragem na Europa. O Syriza vai propor uma conferencia europeia para a renegociação da dívida, tal como a Alemanha teve direito depois da Segunda Guerra Mundial. A justiça que se pede hoje é a mesma da solidariedade e generosidade dessa altura.

Vai estar do lado de quem quer essa conferência ou do lado de quem quer que tudo fique na mesma?"

 

A resposta veio também directa: "Não estarei do lado de nenhuma conferência que venha a ser proposta para reestruturar dívida ou perdoar dívida".

 

"Não creio que seja uma perspectiva emocionante para todos os países que fizeram um esforço bem sucedido para resolver os seus problemas de desequilíbrio externo, tiveram de garantir formas extraordinárias de financiamento em condições difíceis e conseguiram resolver esse problemas e que sabem o que lhes custou negociar programas de ajustamento que são difíceis. Eu não quero voltar a passar por esse processo. Que era o que aconteceria se eu hoje anunciasse que Portugal queria renegociar a sua dívida. Tenho muita consciência da responsabilidade do cargo que ocupo", concluiu.

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