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Varoufakis: "Não queremos os sete mil milhões de euros" da troika

Atenas tem sete mil milhões de euros para pagar aos credores até Agosto, mas diz que não quer receber o dinheiro da última tranche. O ministro das Finanças defende que a Grécia poderia usar o dinheiro do saldo primário para financiar-se.

30 de Janeiro de 2015 às 12:57
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Os credores europeus têm sete mil milhões de euros à espera da Grécia, na última tranche do programa de ajustamento. Mas o novo ministro das Finanças grego diz que Atenas quer abdicar deste dinheiro. 

 

"Não queremos os sete mil milhões de euros", disse Yannis Varoufakis em entrevista ao New York Times publicada esta sexta-feira, 30 de Janeiro.

 

"Queremos sentar-nos e repensar todo o programa. A nossa tarefa não é conseguir a próxima tranche", mas sim "reestruturar a dívida e que a economia tenha o dinheiro necessário", afirmou.

 

Uma das sugestões de Varoufakis para Atenas conseguir o dinheiro necessário será através da redução da meta para o saldo primário positivo. Actualmente, os credores impõem à Grécia um saldo primário positivo correspondente a 4,5% do produto interno bruto (PIB).

  

Contudo, Atenas quer reduzir esta meta para um valor entre 1% a 1,5% do PIB. Nas contas de Varoufakis, com a redução desta meta a Grécia vai ficar com dinheiro suficiente para se financiar.

 

Ao mesmo tempo, a Grécia também pretende aliviar o peso do fardo da dívida, estimada em 320 mil milhões de euros. É por isso que a Grécia pretende agora sentar-se à mesa com os credores para começar a negociar.

 

O tiro de partida vai ser dado hoje na visita do presidente do Eurogrupo a Atenas. Jeroen Dijsselbloem vai se reunir com o primeiro-ministro Alexis Tsipras e com Yannis Varoufakis onde também vão debater medidas orçamentais no valor de 1,7 mil milhões de euros para este ano.

 

Os parceiros europeus já avisaram que os sete mil milhões de euros só vão ser desembolsados quando Atenas apresentar medidas para tapar este buraco nas contas públicas gregas. É que a Grécia precisa deste dinheiro para pagar reembolsos de dívida no valor de quase sete mil milhões de euros que expiram até Agosto.

 

Antes de se voar para a Grécia, o líder dos ministros das Finanças do euro revelou as suas reticências em relação aos planos gregos de reestruturação de dívida.

 

"Com toda a honestidade, se somarmos todas as suas promessas então o orçamento grego vai ficar muito rapidamente desequilibrado e reduzir mais a dívida não vai ajudar neste caso", disse Jeroen Dijsselbloem ontem em Amesterdão, Holanda.

 

Sobre o encontro de hoje com Tsipras e com Varoufakis, o responsável disse que "vamos iniciar a discussão sobre o programa actual e o que vem depois disso".

 

"Eu quero ouvir primeiro os planos deles. Não vamos obrigá-los a nada. Mas se eles quiserem mais apoio, vão ser impostas condições. Não condições para puni-los. mas condições para alcançarem uma maior recuperação económica". 

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