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Grécia rejeita pedir ajuda financeira à Rússia

Desde a tomada de posse do novo Governo helénico, Atenas optou por uma clara aproximação face a Moscovo, algo que provocou algum incómodo no seio da União Europeia. No entanto, Alexis Tsipras coloca de parte solicitar um eventual pedido de ajuda financeira à Rússia.

Reuters
02 de Fevereiro de 2015 às 17:20
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Apesar da aproximação diplomática imposta pelo recém-empossado Governo da Grécia face à Rússia, o novo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, garante que o seu país não irá procurar junto de Moscovo qualquer tipo de ajuda financeira.

 

No âmbito da primeira viagem oficial enquanto líder do Executivo helénico, numa curta deslocação até Chipre realizada esta segunda-feira, Tsipras lembrou que "estamos em importantes negociações com os nossos parceiros na Europa e aqueles que nos concederam empréstimos". "Temos obrigações em relação a eles", explicou citado pela agência Reuters.

 

Directamente questionado sobre se a vontade de servir como uma "ponte de paz" nas relações entre Bruxelas e Moscovo, declaração que aliada à demonstração de afinidade relativamente ao Kremlin pode indiciar que Atenas esteja a ponderar pedir auxílio financeiro à Rússia, Tsipras retomou a resposta já dada.

 

"Neste momento não há nenhum outro pensamento em cima da mesa" que não o de prosseguir conversações com os nossos parceiros europeus.

 

Se no primeiro dia como líder do Executivo, Tsipras se reuniu com o embaixador russo na Grécia, a tensão em Bruxelas fez-se sentir quando o gabinete do primeiro-ministro grego assumiu "não consentir" um comunicado da União Europeia (UE) em que eram condenadas as acções russas no leste da Ucrânia, comunicado em que se admitia a hipótese de novas sanções contra Moscovo.

 

Depois de esclarecida a situação, com o próprio ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, a explicar no seu blogue pessoal que o problema residia apenas no facto de Bruxelas ter assumido à-priori qual a posição grega sem que o novo Governo houvesse sido previamente consultado, a tensão manter-se-ia.

 

Já na quinta-feira, a UE conseguiu aprovar por "unanimidade" o prolongamento das sanções contra a Rússia. Mas a Grécia manteve a retórica. O Executivo de Tsipras não quer que a Europa coloque em causa relações saudáveis com o Kremlin.

 

A posição assumida por Varoufakis após o encontro de sexta-feira com o líder do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, de que a Grécia não aceita encetar ou manter negociações com a troika pode colocar em causa a capacidade de financiamento grega. Como o programa de assistência financeira grego termina no final de Fevereiro, o Banco Central Europeu (BCE) já avisou que pode fechar a torneira da liquidez aos bancos gregos em virtude da existência de um colateral exigido para se conceder financiamento, que é o de o país precisar de "um 'rating' mínimo de investimento".

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