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Varoufakis também vai reunir-se esta semana com Draghi e Schäuble

O ministro das Finanças grego que hoje se reúne com o homólogo italiano acrescentou dois novos pontos de passagem ao périplo europeu iniciado no domingo, em Paris. Na quarta-feira irá reunir-se com Mario Draghi e na quinta-feira será a vez de conversar com Wolfgang Schäuble. Merkel antecipa que as negociações se irão prolongar nos próximos meses.

03 de Fevereiro de 2015 às 14:14
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O ministro das Finanças Yanis Varoufakis também vai encontrar-se, ainda esta semana, com o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, na quarta-feira, e com o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, depois de amanhã.

 

A notícia está a ser avançada pela imprensa italiana a poucos minutos do início da reunião de Varoufakis com o seu homólogo italiano Pier Carlo Padoan. Assim, o itinerário do governante grego, iniciado no domingo em Paris, e que ontem contou com uma ida até Londres, passa também a contar com duas figuras fundamentais nas negociações do novo Governo helénico tendo em vista a pretendida redução do peso da dívida.

 

Draghi, enquanto presidente de uma instituição que é credora de cerca de 15% da dívida pública grega, e Schäuble, responsável pelas finanças da maior economia do euro, simultâneamente o maior Estado fiador da Grécia, e um dos principais preconizadores da necessidade de os países prosseguirem políticas assentes no equilíbrio e contenção orçamentais, são figuras incontornáveis no processo negocial empreendido por Atenas e que visa combater a austeridade no país e renegociar a dívida.

 

Numa entrevista concedida esta segunda-feira ao britânico Financial Times, Varoufakis consubstanciou, pela primeira vez, em propostas mais ou menos concretas, qual o modelo que defende para uma renegociação da dívida grega, deixando cair a ideia de cancelamento da "maior parte do valor nominal da dívida pública" defendido na recente campanha eleitoral pelo agora primeiro-ministro por Alexis Tsipras.

 

O titular da pasta das Finanças da Grécia defendeu que o reembolso da dívida grega fique indexado à taxa de crescimento nominal da economia helénica e propôs ainda a figura de "obrigações perpétuas", sem maturidade previamente definida, que substituiriam os 27 mil milhões de euros detidos em títulos gregos pelo BCE.

 

Apesar de esta segunda-feira a imprensa ter veiculado que no entender de Yanis Varoufakis um acordo sobre a dívida grega seria uma questão de dias, mesmo depois deste ter inicialmente adiantado que esperava um acordo antes do mês de Maio, a chanceler alemã Angela Merkel fez entretanto saber que considera que as negociações com Atenas irão prolongar-se pelos próximos meses.

 

Numa conferência de imprensa em Berlim, Merkel leu as tomadas de posição do novo Executivo grego como indiciadoras que que Atenas "está ainda a trabalhar na sua posição". "O que é perfeitamente compreensível se olharmos para os poucos dias à frente do Governo", concedeu.

 

A BBC refere que o rápido agendamento da ida de Varoufakis a Frankfurt se prende exactamente com a posição de Merkel. Uma vez que Berlim considera que as negociações se ião prolongar, Atenas precisa de garantir o financiamento dos bancos helénicos.

 

Tendo em conta que o programa de assistência financeira à Grécia termina em Fevereiro, não havendo ainda garantia de acesso a linhas de crédito cautelares que assegurem a viabilidade de Atenas no período pós assistência, o BCE já admitiu que poderá cortar o financiamento à banca helénica.

 

As negociações empreendidas por Varoufakis e Tsipras, que esta terça-feira estão em Roma, servirão também para assegurar garantias de que a Grécia, mesmo não aceitando negociar com a troika, possa obter das instâncias europeias as necessárias garantias. O próprio presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, terá admitido esta segunda-feira que é urgente encontrar alternativas à presença da troika em Atenas.

 

A posição da Alemanha ficou clara nas palavras de Angela Merkel. "Estamos à espera de propostas concretas e então iniciaremos conversações", disse Merkel que rejeita comentar "detalhes que estão a ser disseminados" no que parece uma crítica à política de comunicação prosseguida pelo Executivo grego, nomeadamente pelo ministro Varoufakis.

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