Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

PSD envia carta com 29 perguntas ao PS

O vice-presidente do PSD, Marco António Costa, enviou uma carta a António Costa em que pede aos socialistas que apresentem os números detalhados do cenário macroeconómico e que o PS submeta os seus números ao Conselho de Finanças Públicas e à UTAO.

Miguel Baltazar/Negócios
27 de Abril de 2015 às 21:01
  • 90
  • ...

O PSD não está convencido com as contas dos 12 sábios que o PS convidou para delinearem o cenário macroeconómico para a próxima legislatura. Por isso, Marco António Costa enviou esta segunda-feira um conjunto de 29 perguntas em que são pedidos mais esclarecimentos aos socialistas. O objectivo é que "os portugueses façam as suas escolhas na base de informação objectiva" e que se possa comparar o cenário socialista com o Programa de Estabilidade do Governo.

 

Marco António Costa explica que "tudo isto" tem "um objectivo central: eliminar qualquer tipo de ambiguidades nas propostas a submeter aos portugueses", trocando-as por "clareza total nos propósitos, sobretudo que estes sejam compatíveis com os compromissos assumidos pelo nosso país, no seio da União Europeia". É particularmente importante garantir que "a despesa que se pretende realizar se enquadra naquilo que são as regras e os objectivos a que estamos obrigados, nesse domínio, ao nível europeu".

 

As 29 questões colocadas na carta enviada por Marco António Costa ao líder do PS incidem em dois aspectos fundamentais: a credibilidade das propostas socialistas e a sua quantificação, deixando no ar a ideia de que na São Caetano à Lapa há dúvidas sobre a forma como foram feitos os cálculos no Largo do Rato. Por exemplo, no documento dos socialistas "não há qualquer referência no documento à trajectória de evolução do saldo estrutural, elemento central na avaliação do cumprimento" das metas do défice e do Tratado Orçamental.

 

Por outro lado, no que toca ao financiamento da Segurança Social, e de modo a compensar a descida da taxa social única para trabalhadores e empresas, o PSD diz que os sábios do PS parecem "considerar como acréscimo de receita uma não redução da taxa nos próximos anos".

 

Além disso, para medir a evolução na TSU, "tomam-se como referência contribuições para a Segurança Social de Outubro de 2013", nota o PSD, que acrescenta uma pergunta irónica: "A quantificação dos impactos da redução da TSU é feita com base em dados de há um ano e meio?".

 

O PSD sugere que os socialistas submetam o documento "Uma Década para Portugal" à análise da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), que funciona no Parlamento, e também ao estudo do Conselho de Finanças Públicas.

 

Ao Negócios, fonte oficial do PS reagiu com ironia à carta dos social-democratas. "Pela hora tardia a que chegou constata-se que o objectivo não seria ter uma resposta ainda hoje, mas sim divulgá-la na comunicação social".

 

PSD quer saber quanto custa eliminar a sobretaxa

 

As questões dos social-democratas incidem ainda sobre os impactos nominais de medidas como a eliminação da sobretaxa de IRS. "De quanto é o impacto estimado de perda de receita de uma eliminação da sobretaxa de IRS em 2016 e 2017?", interroga o PSD. De igual modo, a carta de Marco António Costa deixa outra questão: "Qual o custo considerado para a reversão dos cortes salariais no sector público nos anos de 2016 e 2017?".

 

O PSD também quer saber como é que há um impacto tão baixo na subida das importações, quando se aponta para uma expansão do consumo interno e do investimento. Algumas das questões, aliás, nem levam ponto de interrogação. É o caso da "pergunta" 13: "A taxa de poupança considerada não parece compatível com o crescimento do consumo nominal".

 

(notícia actualizada às 21h23 com reacção do PS)

Ver comentários
Saber mais PS cenário macroeconómico TSU Marco António Costa PSD PS António Costa
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio