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Orçamento britânico prevê menor crescimento e maior carga fiscal

O ministro britânico das Finanças disse que o objectivo é que "a próxima geração não tenha de pagar as nossas dívidas". O Orçamento revê em baixa as perspectivas de crescimento, compensando com mais medidas de austeridade.

Reuters
16 de Março de 2016 às 16:40
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Já é conhecido o Orçamento do Estado para 2016 do Reino Unido, que foi entregue e apresentado esta quarta-feira, 16 de Março, pelo ministro britânico das Finanças, George Osborne, que defendeu tratar-se de um Orçamento que permite que "a próxima geração não tenha de pagar as nossas dívidas".

 

O "Orçamento que coloca a próxima geração em primeiro lugar", segundo palavras de Osborne, surge num momento de degradação das perspectivas económicas, com o Governo liderado por David Cameron a rever em baixa as estimativas de crescimento do PIB de 2,4% para 2% em 2016, e de 2,5% para 2,2% em 2017. Perante este cenário, também a perspectiva para a inflação no final deste ano foi cortada de 1% para 0,7%, agora mais distante da meta de 2% definida pelo banco central inglês.

 

A degradação da conjuntura económica terá levado, segundo refere o Financial Times, Osborne a incluir cortes adicionais de cerca de 5 mil milhões de euros (4 mil milhões de libras), ou seja, a avançar com mais medidas de austeridade. Como tal, o Executivo londrino prevê agora elevar os montantes a contrair nos mercados de dívida, ainda assim abaixo do inicialmente estimado, colocando mais distante o objectivo de atingir, em 2020, excedentes orçamentais em percentagem do PIB. Ainda assim, está inscrito no Orçamento o objectivo de fazer cair a dívida para 82,6% do PIB em 2017, atingindo os 77,2% do produto em 2020.

 

Genericamente e de acordo com um relatório entretanto publicado pelo "Office for Budget Responsability", que foi citado pelo Guardian, a carga fiscal em relação ao PIB será de 36,3% no ano fiscal 2015-2016, volume que o Partido Trabalhista garante ser o mais elevado de sempre.

 

Entre as subidas de impostos mais mediáticas, destaca-se um novo imposto a aplicar sobre as bebidas açucaradas, que o Executivo estimar poder garantir uma receita fiscal adicional de 520 milhões de libras (perto de 666 milhões de euros).

 

No entanto, há também cortes de impostos, nomeadamente para as empresas, bem como para as petrolíferas que operam no Mar do Norte e que estão a ser pressionadas pela forte quebra do preço do petróleo. A promessa é a de que em Abril de 2020 a taxa de IRC sobre as empresas seja de 17%, sendo que os bancos não deverão ser especialmente favorecidos por esta redução uma vez que deverão ter de pagar mais em função dos lucros alcançados.

 

Outras das principais premissas orçamentais está relacionada com a aposta na educação, com o Executivo de Cameron a prometer transformar todas as escolas em academias independentes da burocracia inerente às autoridades locais e regionais. Uma das medidas a aplicar neste sentido passa pela criação de um fundo de 1,5 mil milhões de libras (1,9 mil milhões de euros) a que as escolas poderão aceder de forma a assegurar cinco horas extra de aulas ou actividades lúdicas por semana, assim alongando o que se chama de dia escolar.

 

George Osborne explicou na Câmara dos Comuns que o Orçamento assenta no pressuposto de que o Reino Unido permanecerá como membro da União Europeia (UE), com o ministro a garantir que a saída britânica do clube europeu ("Brexit") acarretaria "um perigoso cocktail de perigos".

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