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Novembro deixa orçamento mais próximo da meta de 2015

Em contabilidade de caixa a execução orçamental de Novembro permitiu uma melhoria face ao que tinha acontecido até Outubro, analisa UTAO, que dá ainda conta da utilização total até Dezembro da dotação provisional.

Bruno Simão
06 de Janeiro de 2016 às 15:24
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Uma vez descontados os efeitos extraordinários sobre as contas públicas, como créditos fiscais e outras operações não repetíveis, o défice orçamental medido numa óptica de contabilidade de caixa nos primeiros onze meses de 2015 ascendeu a 4.815 milhões de euros, o que traduz uma melhoria de 780 milhões de euros face ao mesmo período de 2014. A meta anual de melhoria é de 766 milhões de euros. As contas são da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), a trabalhar no Parlamento, que escreve que "se este resultado não se inverter com a execução do mês de Dezembro, o défice em contabilidade pública ficará em torno do limite anual".

 

Este é um resultado positivo face aos dados conhecidos até Outubro. Nos primeiros dez meses do ano o défice orçamental tinha diminuído 554 milhões de euros, ficando a cerca de 200 milhões do objectivo do objectivo de melhoria anual.

 

Estes dados não significam que a meta orçamental relevante para Bruxelas, que é medida numa óptica de compromissos assumidos (conhecida por contabilidade nacional), seja atingida, mas contribuem para que Mário Centeno, o novo ministro das Finanças (na foto), consiga fechar o ano com um resultado melhor.


A meta orçamental relevante para Bruxelas inscrita no orçamento para 2015 é de 2,7% do PIB, mas entretanto foi admitido como principal objectivo fechar o ano com um saldo orçamental negativo inferior ou igual a 3% do PIB. Até Setembro o saldo orçamental em contabilidade nacional ficou em 3,6% do PIB.

 

Desvios compensados com reservas

Tanto a despesa como a receita públicas estão abaixo dos objectos anuais, analisa a UTAO. A prejudicar as contas estão derrapagens significativas nas despesas com pessoal e com aquisição de bens e serviços, e resultados piores que o esperado nas receitas com contribuições sociais e impostos indirectos. A contribuir para atingir a meta orçamental do ano estão as outras receitas correntes (que caíram menos que o esperado) e despesas correntes, os juros e investimento público.

 

Os desvios noutras rubricas de despesa tão relevantes como o pessoal e os bens e serviços foram financiados pela utilização da dotação provisional e da reserva orçamental, duas almofadas incluídas no orçamento para fazer face a necessidades inesperadas.

 

"Relativamente à despesa, verificou-se um aumento das despesas com a aquisição de bens e serviços, contrastando com a redução prevista para o total do ano, e uma redução das despesas com pessoal aquém da prevista, compensadas parcialmente pela menor execução das despesas de investimento e juros. As referidas evoluções desfavoráveis foram acomodadas por intermédio da dotação provisional e da reserva orçamental", lê-se na nota da UTAO de análise à execução orçamental até Novembro.

O orçamento previu 533,5 milhões de euros de dotação provisional, dos quais 472 milhões de euros foram usados até Novembro. Mário Centeno terá esgotado esta margem, revela a UTAO. A reserva orçamental contou com 435 milhões de euros, mas o orçamento só previa que fossem gastos 215 milhões. Até Novembro, foram usados 182 milhões. A UTAO não revela ainda dados para o que aconteceu em Dezembro. 

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