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Governo alerta que previsões do Banco de Portugal não contabilizam medidas do próximo OE

O ministro da Economia avisou esta quarta-feira que as previsões do Banco de Portugal que apontam para uma trajectória de "arrefecimento económico" não têm "ainda" em conta "o impacto" do próximo Orçamento do Estado.

Miguel Baltazar
09 de Dezembro de 2015 às 22:22
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Hoje à noite, em Barcelos, o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, comentava assim o Boletim Económico de Dezembro do Banco de Portugal (BdP), divulgado esta quarta-feira, no qual o banco central revê em baixa a previsão de crescimento económico para este ano, de 1,7% para 1,6%, mas também para os próximos dois anos, piorando assim as estimativas de crescimento económico e admitindo, ainda, um "grau de incerteza particularmente elevado" na projecção, devido à inexistência do Orçamento do Estado para 2016.

 

"As previsões são num quadro em que ainda não foi apresentado o Orçamento do Estado, não têm em conta ainda o impacto que pode ter a alteração orçamental", sublinhou Caldeira Cabral.

 

Para o titular da pasta de Economia, "para além da alteração orçamental", há outros fatores a ter em conta, como o "impacto que o aumento de rendimentos terá", o "aceleramento dos fundos comunitários e o apoio ao investimento", que disse esperar que "faça com que as empresas cumpram o seu papel e reforcem o seu investimento".

 

Calceira Cabral apontou como objectivo "trabalhar para inverter, acelerar, o crescimento económico, da economia e do emprego", isto porque, referiu, "o investimento está ainda muito abaixo dos valores de antes da crise". No entanto, lembrou, os números apontados pelo BdP "são sempre só previsões".

 

A revisão em baixa do crescimento do PIB em 2015, mas também em 2016 e 2017, decorre essencialmente, explica o Banco de Portugal, de um comportamento das exportações "menos favorável" do que o esperado.

 

O Banco de Portugal prevê agora uma manutenção do contributo da procura interna para o crescimento do PIB líquido de importações (nos 1,1 pontos percentuais) e uma redução do peso das exportações para 0,4 pontos percentuais (face aos 0,6 estimados no boletim anterior).

 

O banco central antevê um aumento do contributo da procura interna para o crescimento do PIB em 2016 e 2017, para 0,9 pontos percentuais em cada um dos dois anos, e uma redução do peso das exportações, para 0,8 pontos percentuais e para 0,9 pontos percentuais, respectivamente.

 

Em Julho passado, o BdP estimava que as exportações representassem 1,2 pontos do crescimento do PIB em cada um dos anos, e que a procura interna pesasse 0,7 pontos em 2016 e 0,8 pontos em 2017.

 

O BdP continua a prever que Portugal feche 2015 com contas externas positivas, de 2,4% do PIB, tendo revisto ligeiramente em alta a previsão do saldo da balança corrente e de capital para este ano (em 0,1 pontos percentuais), e em baixa o saldo para os dois próximos anos.

 

As contas externas devem representar, estima o banco central, um saldo positivo de 2,5% do PIB em 2016 e de 2,3% do PIB em 2017, menos 0,7 e 0,9 pontos percentuais face ao que o estimado em Julho.

 

Por outro lado, o BdP estima agora que a inflação se fixe em 0,6% este ano, em 1,1% em 2016 e em 1,6% em 2017. No Boletim Económico de Julho previa-se uma taxa de inflação de 0,5% em 2015, 1,2% em 2016 e de 1,3% em 2017.

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